Confira na íntegra o artigo, “Novas Estações”, do secretário de Planejamento e Gestão do Ceará, Maia Júnior, publicado no jornal O Povo desta segunda-feira, 20:
Em uma das suas músicas mais inspiradas, o cearense Belchior dizia ver “vindo no vento o cheiro de nova estação”, mas também falava que, apesar de tudo, tendemos a continuar “vivendo como os nossos pais”. Esse dilema entre o novo e o desapego às tradições parece ser o mote deste início de século. E na administração pública não é tão diferente.
Até dezembro, o Governo do Ceará pretende anunciar medidas cujo objetivo é retomar os níveis de emprego pré-crise econômica 2015/2016. São investimentos focados em setores que respondem rápido em termos de criação de postos de trabalho – a exemplo da construção civil -, pois há a compreensão do que é a dor de uma família que, às vezes, não tem sequer um dos seus membros em atividade.
Além dos investimentos públicos em infraestrutura, outras quatro diretrizes também serão acionadas para tornar o Ceará um ambiente de negócios ainda mais atraente e fomentar a atividade produtiva. Desde ações que simplificam processos burocráticos e legais até iniciativas que melhoram nosso capital humano. Tudo pensado para obter resultados rápidos.
Contudo, o governo também entende que essas medidas não serão suficientes para dar uma estrutura sólida à economia estadual em médio e longo prazos. Por isso, tanto no projeto desenhado para acelerar o emprego e renda até 2018 como na Plataforma Ceará 2050, a administração pública tem dado ênfase à chamada economia do conhecimento.
Uma economia que prescinde da mobilização de grandes recursos físicos e financeiros. Que não está assentada no trabalho humano pesado, na agricultura rudimentar ou em indústrias intensivas em mão de obra, mas, sim, na inovação, na pesquisa e capacitação e no empreendedorismo. A área de serviços – de saúde, logística, entretenimento e turismo, por exemplo – tende a sobressair.
E o Ceará está se posicionando bem nessa busca por um desenvolvimento sustentável relacionado a essa nova economia, pois consolidou nos últimos anos uma rede considerável de escolas profissionalizantes e universidades – e está recebendo “hubs” nos segmentos portuário e aeroportuário, negócios em energia renováveis, em cabos de fibra ótica e investimentos diferenciados na saúde.
Lembrando Belchior, novas estações estão chegando. E é preciso aproveitar essas oportunidades para não repetir o passado. É com esse pensamento que o Governo do Ceará está focando suas ações – sejam aquelas imediatas para revitalizar o emprego, seja no desenho do desenvolvimento para as próximas décadas. Pois, por mais desafiador que seja esse futuro, ele já está batendo na porta.
Maia Junior
Secretário de Planejamento e Gestão do Ceará
maia.junior@seplag.ce.gov.br
Repórter Ceará



