Na última quinta-feira, teve início a segunda edição da Copa Leite, um evento agropecuário promovido pela prefeitura municipal e pela Associação dos Produtores de Leite de Quixeramobim, com o objetivo central de valorizar os produtores da maior bacia leiteira do Estado do Ceará.
Mas a verdade é que esse objetivo não foi e não será alcançado enquanto os reais problemas, que tanto afetam esses produtores, continuarem a ser jogados para debaixo do tapete. É preciso discutir as dificuldades para obter crédito financeiro, para regularizar as atividades e para dar suporte técnico àqueles que querem modernizar a produção.
Mas, acima de tudo, é preciso discutir a política de preços que vem sendo adotada e que tem esmagado o lucro dos pequenos e médios produtores. Só em Quixeramobim, cerca de 26 mil pessoas dependem da produção de leite para o seu sustento.
Por isso, não é possível, que mesmo diante de um cenário de seca, de crise econômica e de desafios gerados pela concorrência com o leite em pó (que acabam elevando os custos da produção de leite), que ainda se considere uma atitude responsável reduzir o preço do leite só para beneficiar as grandes indústrias.
Porque, na prática, os pequenos e médios produtores estão pagando para produzir leite, enquanto este produto continua a ser demandado pela população e o seu preço permanece inalterado no mercado. É preciso que a prefeitura e Unileite discutam, com urgência, os problemas que prejudicam a produção e afetam, não só o leite, mas toda a cadeia produtiva do município.
Repórter Ceará
