Em mais um desdobramento da história dos ursos Kátia e Dimas, que vivem há cerca de 10 anos em Canindé, especialistas inspecionaram nesta segunda-feira, 17, as instalações do Zoológico do Santuário São Francisco e concluíram que os animais estão adaptados ao espaço e “têm plenas condições” de permanecer no local.
A ativista Mel Luisa Mell havia postado em rede social que os ursos siberianos supostamente sofriam na região, devido ao calor do sertão cearense. Ela iniciou uma campanha on-line pedindo a transferências dos ursos siberianos para São Paulo.
O zoológico foi vistoriado por especialistas em animais selvagens do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). A pedido da entidade, o presidente da comissão de animais selvagens do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Francisco Edson Gomes, e o zootecnista Fernando Henrique Petrone emitirão um laudo técnico sobre as condições para que os ursos continuem no local.
Segundo os especialistas, o espaço garante o bem-estar dos animais, mas precisará providenciar alguns ajustes para a melhoria da qualidade de vida dos ursos.
Os especialistas apresentaram informações preliminares sobre o laudo. “Os animais estão bem. Já estão lá há bastante tempo, estão adaptados e apresentam um bom comportamento”, afirma Francisco Edson. O perito acredita que os animais têm “plenas condições” de permanecerem no zoológico de Canindé, dado seus históricos e a adaptação.
Para Fernando Petrone, esses aspectos são fundamentais para avaliar o conforto dos ursos. “É importante frisar que o bem-estar é uma capacidade do animal, então, se ele consegue se adaptar e não está tendo prejuízos para a sua vida, ele está em condições de bem-estar”, explica. O zootecnista relata que, no levantamento, foram analisados diversos comportamentos e aspectos como alimentação, ambiente e rotina para entender se os animais estão em estado de bem-estar ou não.
Recomendações
A partir da visita, foram apontadas algumas adaptações necessárias para a melhoria da qualidade de vida de Kátia e Dimas. A recomendação é que seja feita uma ampliação da estrutura do espaço onde os animais estão.
“O recinto vai quase dobrar o tamanho e também será feita a parte de ambientação, que é colocando equipamentos que são necessários para o animal lá dentro, como troncos, rochas, aumentar o tanque”, diz Fernando Petrone. Segundo o especialista, os ajustes já aparentam estar sendo providenciados pelo zoológico.
“A gente acredita que essa ampliação vai facilitar mais ainda a vida do animal, porque é importante frisar o histórico. Esse animal tem dez anos no zoológico, mas passou quase dez anos em circo também, em condições bem complicadas”, ressalta Fernando Petrone. O profissional ressalta que não é possível afirmar se os comportamentos de estresse que Dimas e Kátia apresentam são decorrentes da vida no zoológico ou vêm da época em que viveram no circo.
Repórter Ceará com informações do G1-CE (Fotos: Santuário de Canindé/ Divulgação)