
Não é segredo pra ninguém que a relação entre Jair Bolsonaro e a grande imprensa nunca foi das melhores. Mas nos últimos dias, essa relação se tornou alvo de muitos outros desgastes. De um lado, estouram as acusações de mentira e parcialidade, e do outro, ecoam as denúncias de tentativas de restrição à liberdade.
Mas no fim das contas, quem sai perdendo com essa disputa de versões é a nossa frágil democracia. Isso porque democracia é mais do que a maioria votando para escolher os seus representantes. É também um conjunto de instituições que limitam o poder das autoridades e as tornam responsáveis diante do povo.
E uma dessas instituições é a Imprensa, que cumpre o importante papel de informar, fiscalizar e dar visibilidade a todos os atos do governo. Mas para alguns, a imprensa só é livre, imparcial e competente quando elogia aqueles que estão no poder. Quando o contrário é feito, e a imprensa publica os atos desonrosos, surgem ameaças, perseguições, boicotes e lixamentos virtuais.
Mas um novo governo não deve incorrer nas velhas práticas da política, quais sejam a de atacar e perseguir aqueles que fiscalizam, ou até mesmo discordam da sua maneira de agir. Bolsonaro precisa da imprensa, mais do que a imprensa precisa de Bolsonaro.
Por isso, é hora de reconciliar as partes em guerra e apoiar todo aquele que trabalha com a informação, principalmente os jornalistas das pequenas rádios do interior, que de modo firme, corajoso e persistente, todos os dias, levam à notícia aos lugares mais distantes dos grandes centros da nação, como aos ribeirinhos do Amazonas e aos moradores do Sertão.
Repórter Ceará