Para que um país tenha uma democracia saudável, não basta que ele realize eleições periódicas para escolher os representantes do povo. Também é necessário que ele conte com um conjunto de instituições que garantam que esses mesmos representantes eleitos serão responsáveis por cada ato diante dos seus eleitores.
Além dos partidos políticos, das ONGs e do Judiciário, a imprensa livre é uma dessas instituições que desempenha um papel fundamental para que a democracia continue viva e operante.
Quem não lembra dos recentes escândalos de corrupção que colocaram atrás das grades alguns dos principais nomes da elite política e econômica do país? Quem não lembra das pautas-bomba, dos complôs, das reuniões secretas e das mensagens sombrias que foram reveladas ao povo? Sem a firme e incansável atuação da imprensa, tudo isso permaneceria escondido debaixo do tapete.
Mas o que temos visto no Brasil de hoje são militantes e eleitores convertidos engajados em uma verdadeira luta para desacreditar o trabalho da imprensa, que se tornou o alvo preferido dos que só reconhecem a coragem e a independência dos jornalistas quando esses atacam os seus adversários. Mas quando é o contrário, logo são eleitos inimigos da pátria, que trabalham contra o povo.
Na mente dessas pessoas o mundo está dividido em duas partes: ou é amigo, ou é inimigo; ou é aliado, ou é adversário; ou é favorável, ou é contra. E não basta pensarem assim, querem que todos pensem da mesma forma e escolham um dos lados na disputa.
E é aí que mora o risco à democracia, porque se a imprensa é impedida de criticar quem está no poder e é obrigada a escolher um lado, logo deixa de ser imprensa e se torna partido político, um instrumento a serviço dos interesses dos ricos e poderosos.
Mas na contramão de todos esses ataques continuaremos firmes na nossa missão de informar, criticar, debater e investigar quem quer que seja, porque acreditamos que sem liberdade não há como avançar!
Repórter Ceará
