“O Nordeste não precisa de esmola. Ele precisa de uma política que o faça produzir”. Essas foram as palavras do presidente do Sindicato Patronal Rural de Quixeramobim, Cirilo Vidal Pessoa, ao secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (SPA/MAPA), Eduardo Sampaio.
A declaração foi feita durante seu pronunciamento em audiência pública no último dia 16, na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, da Câmara dos Deputados. Na ocasião, Cirilo falou sobre o endividamento rural e a nova política de crédito rural do Governo Federal.
“A minha dívida no Banco do Nordeste: Eu fiz um financiamento de R$ 246 mil, só que o banco colocou 60% FAT e 114% FNE. Com isso, minha dívida ficou em mais de R$ 1 milhão e 500 mil. Precisamos ajustar essa situação. Eu vou ser beneficiado na questão do FNE, mas vai ficar o FAT”, explanou Vidal.
Durante sua fala, o presidente do Sindicato ainda teceu críticas aos deputados da bancada nordestina no Congresso, relatando que, “apesar de ser a maior do Congresso Nacional, é a mais ausente nesse problema [endividamento e crédito rural] da Região […] São raras exceções que lutam”.
Cirilo comentou, também, sobre a política de preços e a cadeia de produção do leite, fazendo um comparativo entre a situação nacional e a de Quixeramobim, “que com 8 anos de seca, falta de água, o município aumentou o seu rebanho. Hoje nós temos mais 90 mil cabeças de gado e produzimos mais de 200 mil litros de leite por dia. Porém, enquanto a média do leite no Brasil está a R$ 1,49, os produtores do meu município estavam vendendo, no mês de abril deste ano, a R$ 0,95. Daí, você tem a produção e não tem preço […] Precisamos mudar essa política, principalmente a cadeia de produção do leite.”
Repórter Ceará