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Estados só serão mantidos na reforma da Previdência se houver apoio do Nordeste, dizem líderes

A reunião dos governadores com o relator e o presidente da comissão especial da reforma da Previdência, marcada para esta terça-feira, 11, em Brasília, será decisiva para a permanência ou retirada de estados e municípios da proposta. Em jantar realizado na residência oficial do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), no domingo, líderes partidários avisaram que só apoiarão a manutenção dos servidores estaduais e municipais na reforma se os governadores do Nordeste e do Norte assumirem o compromisso de buscar votos para a proposta na Câmara. Na avaliação deles, isso ainda não ocorreu.

“Se todos entrarem, fica um movimento de solidariedade nacional. Mas se governadores do Norte e Nordeste continuarem trabalhando contra nos estados e constrangendo deputados, que cada um faça a sua”, disse ao Congresso em Foco um dos líderes presentes na reunião sob condição de anonimato. “Há um clima para retirar, mas vamos dar uma chance aos governadores. O governo sabe que tirando essa parte é mais fácil aprovar a reforma e que não há prejuízo nenhum para ele”, acrescentou outra liderança. Só a bancada nordestina soma 151 deputados (29% dos 513).

Na semana passada os governadores divulgaram três cartas sobre o assunto, numa mostra de que ainda estão divididos em relação à proposta. O maior descontentamento vem do Nordeste, onde partidos de esquerda e centro-esquerda governam sete dos nove estados.

No comunicado que assinaram na última sexta, os governadores nordestinos criticaram vários pontos da proposta, como as mudanças nas aposentadorias rurais, o corte no pagamento do abono salarial e a capitalização, e reclamaram que “a retirada dos estados da reforma e tratamentos diferenciados para outras categorias profissionais representam o abandono da questão previdenciária à própria sorte, como se o problema não fosse de todo o Brasil e de todos os brasileiros”.

Um dos responsáveis pela divulgação das outras duas cartas e anfitrião do encontro desta terça, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), defende a manutenção de estados e municípios na reforma. “O Brasil não vai crescer aos poucos, ele tem que crescer em conjunto, e para isso a reforma tem que ser feita tanto para a União quanto para estados e municípios”, cobra. O déficit das previdências estaduais é de quase R$ 95 bilhões.

De acordo com líderes partidários, parte dos deputados resiste a votar favoravelmente à reforma com receio de desgaste político em suas bases eleitorais. Servidores estaduais e municipais somam mais de 10 milhões de pessoas, enquanto os federais não passam de 1,2 milhão.

Repórter Ceará – Congresso em Foco

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