O Ministério Público Federal (MPF), em São Paulo, denunciou o ex-presidente Lula e o coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos pela invasão do apartamento tríplex do Guarujá, em abril de 2018. De acordo com o Ministério, os dois devem respondem por dano de propriedade. As informações são do jornal O Globo.
Segundo as informações obtidas pelo jornal, o MPF considerou falas ditas por Lula, no início de 2018, quando teve o recurso negado e a pena aumentada para 12 anos e um mês de prisão. Em um discurso feito em São Paulo ele disse ao “pessoal do Boulos” para ocupar o triplex. “Se eles me condenaram me deem pelo menos o apartamento. Eu até já pedi para o Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu, ocupem”, disse Lula na época. Depois da prisão do ex-presidente, o apartamento foi ocupado por um grupo vinculado ao MTST. Atualmente, o processo do MPF corre em sigilo.
De acordo com o MPF Lula e Boulos devem responder por dano de propriedade. Esse crime, prevê pena de seis meses a dois anos para quem “destruir ou danificar” coisa própria que está em poder de terceiro por decisão judicial.
Nas redes sociais, Guilherme Boulos comentou a ação do Ministério e a chamou de “nova farsa do triplex”.
Acabei de ser informado que o MPF denunciou a mim, a Lula e a 3 militantes do MTST pela ocupação do triplex do Guarujá, sugerindo pena de prisão de até 2 anos. É a nova farsa do triplex. Que fique claro: a criminalização das lutas não vai nos intimidar nem nos calar!
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) January 29, 2020
Em outro documento, o procurador Thiago Lacerda Nobre recomenda à Justiça o desmembramento do processo e que o ex-presidente responda individualmente. “Assim, em atenção ao princípio constitucional da rápida duração do processo, e visando a imprimir celeridade no feito, posto se tratar de delito apenado com pena branda, e cujos fatos remontam a abril/2018, requer seja recebida, desde logo, a denúncia em relação a Lula, e por conseguinte, promovido o desmembramento do feito”, conclui o procurador em um trecho do documento.
Após a soltura de Lula, no ano passado, Boulos, candidato as eleições presidenciais de 2018 pelo Psol, firmou uma posição de apoio e proximidade ao ex-presidente e ao Partido dos Trabalhadores (PT). No final do ano passado, em uma postagem nas redes sociais, Boulos compartilhou uma foto com Lula seguida de um texto em que celebrava a soltura do ex-presidente. “A libertação de Lula marca o primeiro passo para a reparação de uma injustiça e o inicio da derrota de Sergio Moro e seu bando. Foi uma vitória da esquerda brasileira, depois de duros golpes nos últimos anos “, diz trecho da postagem feita em novembro do ano passado.
Repórter Ceará – Congresso em Foco