Decidido a disputar a prefeitura de Quixeramobim nas eleições deste ano, o médico Pedro Coelho se filiou ao Partido dos Trabalhadores na última semana, em um evento partidário que ganhou contornos regionais graças à adesão maciça de importantes nomes de diferentes partidos que compõem a cena política estadual.
Para alguns observadores do quadro político municipal, a participação dessas lideranças de diferentes siglas é um sinal positivo, que indica a nossa maturidade eleitoral e a superação das desavenças que tanto marcaram as eleições passadas.
Pode até ser que isso seja verdade. Mas, olhando bem de perto, é possível abandonar esse otimismo excessivo e constatar que a realidade é outra. A participação de tantos políticos em um evento de um possível adversário tem como objetivo principal tentar construir alianças que viabilizem a formação das chapas.
E, se antes, alguns nomes já manifestavam interesse em ter o médico Pedro Coelho como vice em suas chapas, depois que este se filiou ao PT é que as movimentações se intensificaram de vez. Prova disso é que alguns dos principais nomes que estarão na disputa deste ano já procuraram o petista para tentar formar uma chapa.
Mas há pelo menos dois bons motivos para acreditar que o sonho desses políticos está longe de se tornar realidade. Em primeiro lugar, Pedro é o mais jovem representante do clã dos Coelhos, que há décadas tenta realizar seu projeto de poder municipal através do Executivo. E da última vez que esse clã abriu mão de uma candidatura própria, teve como resultado uma grande decepção.
Em segundo lugar, a candidatura de Pedro é parte de uma estratégia nacional adotada pelo PT, cuja orientação, na maioria dos municípios brasileiros, é o lançamento de candidatos do próprio partido, que pretende reconstruir suas bases para as eleições de 2022. E outro forte motivo para essa manutenção do nome de Pedro é o fato de que há pelo menos 30 anos que a sigla não lança nenhum candidato para a prefeitura de Quixeramobim.
1 minuto com Sérgio Machado