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Os problemas das pesquisas eleitorais

Utilizadas em todas as democracias do mundo moderno, as pesquisas de intenção de voto são um importante instrumento para mensurar a preferência, a rejeição e, até mesmo, a indiferença dos eleitores com relação a candidatos, partidos, propostas, coligações e alianças políticas.

Porém, apesar da sua importância e do seu uso disseminado, as pesquisas eleitorais não estão imunes a problemas que dizem respeito à sua contratação, formulação, aplicação e divulgação. E é exatamente por isso que, nos últimos anos, os seus resultados têm sido colocados em dúvida por milhões de eleitores que alimentam algum grau de desconfiança com relação ao sistema político.

No que concerne à sua formulação, por exemplo, a pesquisa eleitoral pode conter perguntas enviesadas, que favoreçam, direta ou indiretamente, determinado candidato, mesmo que essa não seja a intenção dos seus formuladores. Também pode ocorrer de o resultado demorar a ser divulgado e não mais refletir o cenário anteriormente pesquisado.

Outro problema é que muitos políticos, partidos e eleitores só reconhecem o valor de uma pesquisa de intenção de voto quando essa lhes convém, do contrário, refutam os resultados, questionando a sua lisura e a sua validade.

E, em parte, essas pessoas têm razão, porque, principalmente no interior, muitas pesquisas são deliberadamente fraudadas ou mesmo divulgadas sem sequer ter autorização do Tribunal Superior Eleitoral. Isso sem contar as enquetes aplicadas em redes sociais, que não são permitidas durante o período eleitoral e que não seguem método científico, e, por isso, não dispõe de informações seguras e verificáveis.

Está claro que as pesquisas eleitorais podem influenciar os rumos de uma eleição. Por isso, é importante que a sociedade civil, a imprensa profissional, o Ministério Público e os órgãos da Justiça Eleitoral estejam atentos à realização e à divulgação de quaisquer pesquisas referentes às eleições deste ano, porque as fraudes são prejudiciais não só ao processo eleitoral, mas ao funcionamento da própria democracia.

1 Minuto com Sérgio Machado

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