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Os impactos da crise hídrica

Passados quase cinco anos da grande crise hídrica de 2015, que foi marcada pelo colapso dos dois principais reservatórios municipais, quase nada foi feito no sentido de preparar o nosso município para enfrentar mais um período de seca.

Uma das únicas iniciativas adotadas foi a construção, em caráter emergencial, da adutora que traz água do açude Pedras Brancas para Quixeramobim, que foi inaugurada pelo governo estadual em meados de 2016. Afora isso, nenhuma outra medida foi tomada pelos nossos representantes políticos.

Nesse sentido, é correto dizer que a história comprova que a seca se mostra como um fenômeno natural que afeta diretamente, pelo menos, três diferentes campos da vida pública: o campo político, o econômico e o social.

A começar por esse último, podemos listar uma série de transtornos que acabam prejudicando a sociedade e forçando a população a alterar seu modo de vida para tentar conseguir água. Isso inclui a corrida por carros-pipas, o estresse gerado pelos racionamentos, os danos causados pela água salobra, entre tantas outras situações.

Na economia, o impacto da seca se faz sentir, em primeiro lugar, nos consumidores, que deixam de comprar bens, como roupas e calçados, a fim de adquirir baldes, caixas-d’água e recargas de carros-pipa, que geralmente tem um preço alto. Logo em seguida estão os preços de frutas, legumes e verduras, que sobem para dar conta da produção fraca e da demanda que se mantêm. Por isso, não é errado dizer que toda cadeia produtiva é afetada.

Por último, no campo da política, o que vemos é uma verdadeira disputa em torno da seca para saber quem é o responsável pela crise de abastecimento e quem pode lucrar, em termos eleitorais, com a desgraça que abate o município. Uma das evidências dessa disputa é o fato de que o tema da seca costuma ser discutido ao lado de duros ataques a oponentes políticos. Ou seja, as questões político-partidárias são sobrepostas aos problemas da população.

No final, nada disso beneficia Quixeramobim, pois, nenhum dos representantes do Coração do Ceará tomou a pauta e foi lutar por ela, seja através dos prefeitos ou dos parlamentares que ocupam cargos na Assembleia Legislativa e no Congresso Nacional, evidenciando a total falta de responsabilidade dos eleitos com os munícipes.

Por isso, a postura mais inteligente e honesta deve ser a busca pela construção de uma aliança política suprapartidária que dê conta de providenciar recursos técnicos e financeiros para que assim se possa intervir sobre uma questão tão antiga e polêmica como a da seca. É preciso dar as mãos para planejar, juntos, um futuro hídrico para Quixeramobim.

1 Minuto com Sérgio Machado

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