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Ceará concentra uma das três principais linhagens de coronavírus no Brasil, diz pesquisador quixeramobinense

Uma das três principais linhagens do novo coronavírus está concentrada no Ceará, é o que explica o pesquisador quixeramobinense Darlan da Silva Cândido, que estuda na Universidade de Oxford, no Reino Unido. Ele é um dos realizadores do estudo que fez o levantamento.

Conforme a pesquisa, que envolveu mais de 150 cientistas brasileiros e de outros países, foram identificadas 104 cepas (linhagens) iniciais do vírus no Brasil. Ao todo, foram analisadas 427 amostras, de 21 estados, sendo que, das 104, três predominaram. O levantamento é fruto da cooperação que garantiu o sequenciamento do genoma no Sars-CoV-2 no País.

“Nosso primeiro achado mais interessante é que dessas 427 amostras, 104 foram introduções internacionais no Brasil. Então, não foi transmissão local. Foram importações. Alguém que voltou de algum outro país, nesse caso, são países da Europa, e veio para o Brasil, trouxe o vírus para cá. Esse número pode parecer grande, mas, na verdade, a gente tem certeza que são números subestimados. Porque só temos 427 amostras”, explicou Darlan em entrevista ao Diário do Nordeste.

O pesquisador afirma que a epidemia que ocorre no Ceará é resultado de uma “introdução que é diferente daquilo que acontece no restante” do Brasil. Segundo ele, “aparentemente”, o que os cearenses vivem hoje é resultado ” de uma introdução da Europa”.

“Talvez pelo Ceará ter reagido de forma rápida e eficaz, ela também não se espalhou muito para outros lugares do Brasil. Ela é uma linhagem característica do nosso Estado”, destacou o quixeramobinense.

De acordo com Darlan, a identificação da cepa, mesmo sendo uma das principais, não precisa “causar alarme”, pois isto ocorre em razão da mutação que o vírus passa. Essa mudança pode influenciar na transmissão ou na gravidade dos casos, no entanto, não é possível fazer tal afirmação considerando as linhas encontradas em território nacional. Segundo a pesquisa, outra cepa predominante está em São Paulo e a terceira circula em 16 estados.

Um artigo, fruto da pesquisa, foi publicado na revista Science, nessa quinta-feira, 23, um dos mais renomados periódicos científicos no mundo.

Repórter Ceará (Foto: Arquivo pessoal)

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