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Eleições em tempos de COVID

Por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus, o Congresso Nacional decidiu adiar o primeiro e o segundo turno das eleições municipais que seriam realizadas em outubro deste ano, mas que agora receberam uma nova data e devem ocorrer somente no fim do mês de novembro.

Esse adiamento é um procedimento importante porque tenta minimizar os impactos que a realização de uma eleição no meio de uma crise sanitária pode causar sobre a saúde da população, enquanto busca, ao mesmo tempo, garantir que o regime democrático continue vivo e funcional, dispensando a necessidade de prorrogar os mandatos dos prefeitos e vereadores e evitando que esse ato tenha repercussões políticas indesejadas.

Por outro lado, apesar de todo esse esforço político do Congresso, é muito pouco provável que até o fim de novembro nós já tenhamos uma vacina com eficácia comprovada sendo aplicada na população, de modo a fornecer as condições de segurança adequadas para que se evite a contaminação por esse vírus e se assegure o pleno exercício da cidadania através da votação.

Em outras palavras, o que quero dizer é que esse adiamento é importante, mas que ele continua inserido dentro de um recorte temporal que mantém a ameaça do vírus atuando diretamente sobre as eleições. Por isso, é muito provável que tenhamos um número recorde de abstenções provocado pelo medo de se contaminar no percurso ou nos locais de votação.

Em 2016, por exemplo, quando vivíamos tempos de relativa normalidade se comparado ao que vivemos hoje, Quixeramobim registrou mais de 10.700 abstenções. Isso significa que aproximadamente 20% dos eleitores não votaram para decidir a disputa acirrada entre Cirilo Pimenta e Clébio Pavone. Agora, imagine qual será número de abstenções no atual cenário.

Eu penso que é muito importante que consigamos assegurar o pleno exercício da cidadania, mas não podemos desprezar os impactos que a realização das eleições no meio de uma pandemia poderá provocar no próprio pleito. Diante disso, convém apresentar propostas que minimizem esses impactos, e uma delas é a dispensa do uso da biometria, que pode ser um forte vetor de contaminação.

Um Minuto com Sérgio Machado

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