Com mais de 1 milhão de vidas perdidas para a COVID-19 globalmente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que enquanto tal marco é um número estarrecedor, o mundo nunca deve perder de vista cada indivíduo afetado pela doença.
“Eles eram pais e mães, esposas e maridos, irmãos e irmãs, amigos e colegas”, disse em um comunicado na noite de segunda-feira, 28. A dor foi multiplicada pela “brutalidade” da doença, acrescentou, observando que o risco de infecção impediu famílias de estarem com seus entes queridos, e o processo de luto e celebração de uma vida muitas vezes foi impossível.
“Como você se despede sem segurar uma mão ou estender um beijo gentil, um abraço caloroso, um sussurro final de ‘eu te amo?'”.
Ao mesmo tempo, ainda não há fim à vista para a propagação do vírus, a perda de empregos, a interrupção da educação, a reviravolta em nossas vidas, disse Guterres.
‘Nós podemos superar’
No entanto, podemos superar este desafio, insistiu, sublinhando a necessidade de “aprendermos com os erros”. “A liderança responsável é importante. A ciência é importante. A cooperação é importante – e a desinformação mata. À medida que a busca implacável por uma vacina continua – uma vacina que deve estar disponível e acessível a todos – vamos fazer a nossa parte para salvar vidas”, disse Guterres.
“Ao lembrarmos de tantas vidas perdidas, nunca esqueçamos que nosso futuro repousa na solidariedade – como pessoas unidas e como nações unidas.”
‘A história nos julgará’, diz chefe da OMS
O marco de 1 milhão de mortos dá a todos uma “pausa para reflexão”, disse o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Gehbreyesus, em artigo publicado nesta terça-feira (29), mas representa um momento de nos unirmos em solidariedade “para lutar contra o vírus”.
“A história nos julgará pelas decisões que tomaremos ou não nos próximos meses. Vamos aproveitar a oportunidade e construir uma ponte sobre as fronteiras nacionais para salvar vidas e meios de subsistência.”
Ele repetiu a mensagem-chave de que nunca é tarde demais para mudar as coisas, quando um país está atolado em uma nova onda de transmissão: “Enquanto aguardamos novos avanços, vimos que o vírus pode ser efetivamente contido por meio da aplicação de medidas de saúde pública já testadas.”
Novo teste de diagnóstico rápido para COVID-19
Enquanto isso, um novo teste diagnóstico COVID-19, que pode fornecer resultados confiáveis rapidamente, a um preço mais baixo e usando tecnologia menos sofisticada, ajudará a expandir a capacidade de detecção de casos em países de baixa e média renda, anunciou a OMS.
Por meio de acordos entre a OMS e parceiros, 120 milhões desses testes serão disponibilizados a esses países, em um período de seis meses.
“Isso permitirá a expansão dos testes, principalmente em áreas de difícil acesso, que não têm laboratórios ou profissionais de saúde treinados para realizar testes de PCR”, disse Tedros, em entrevista coletiva na segunda-feira, acrescentando que este será “um acréscimo vital” à capacidade de teste dos países e é especialmente importante em áreas de alta transmissão.
Os testes de diagnóstico rápido de antígeno (Ag RDTs) custam 5 dólares a unidade, são fáceis de usar e altamente portáteis e fornecem resultados confiáveis em aproximadamente 15 a 30 minutos – substancialmente mais rápido e mais barato do que os testes PCR, de acordo com a OMS.
“Quanto mais rápido a COVID-19 puder ser diagnosticada, mais rápida será a ação para tratar e isolar as pessoas com o vírus e rastrear seus contatos”, disse Tedros. Com o acordo e o financiamento inicial já garantidos, é necessário agora o montante total dos fundos para comprar os testes, frisou o diretor-geral da OMS.
Repórter Ceará – ONUBR