Diversas famílias de comunidades da zona rural de Quixeramobim, no Sertão Central, estão sofrendo com a falta de água. Segundo relato de moradores ao repórter Erivelton Barbosa, há casos em que não há água para beber. As informações foram destacadas durante a edição dessa quarta-feira, 24, do programa SerTão Conta Mais, da Rádio Campo Maior AM 840 e SerTão TV.
Segundo a reportagem, a situação é “dolorosa, porque [as famílias] não têm de onde tirar água”. Quem confirmou a situação foi Cilene, moradora da Fazenda Cipó, Distrito de Damião Carneiro, que destacou só haver água “para animal e tomar banho”: “Só que nós temos nosso poço, mas a promessa de campanha morreu, que era pra botar o aparelho pra tirar o sal [da água]. Deu uma chuvinha e quem aparou aquela primeira água das telhas tá bebendo. Eu quero saber o que vão fazer pelas comunidades?”
A maioria dos Distritos enfrenta problema semelhante ao relatado anteriormente. Segundo informações encaminhadas à reportagem, há algumas localidades que ainda possuem poços profundos ligados na rede de abastecimento, o que ameniza a situação. No entanto, não são todas.
Para as comunidades de Damião Carneiro, a solução seria o açude Pirabibu, já que, segundo informações colhidas pela reportagem “era a única maneira de abastecer, porque tem a rede que atende o Campo Grande como também atende o Santo Antônio e as comunidades pelo sistema do SAAE (Serviço Autônomo de Água e Esgoto)”. Atualmente, o reservatório está seco.
No local, a equipe da Cogerh (Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos) realizou estudo para saber se havia condições de fazer um poço. Na ocasião, foi encontrado um material, com cerca de 4 metros de profundidade, como uma espécie de cascalho, onde há a expectativa de que lá tenha água, como informou a Companhia.
Dos três reservatórios monitorados pela Cogerh em Quixeramobim, o Pirabibu é o único que se encontra completamente seco. O açude possui capacidade de armazenamento de 74 milhões de metros cúbicos. A nível de comparação, a Barragem, responsável pelo abastecimento da sede urbana, comporta somente 7,8 milhões de m³, e o Fogareiro é capaz de reter 118 milhões de m³.
Repórter Ceará (Foto: Wandenberg Belém)