O descanso merecido após o primeiro semestre letivo pede relax com boas diversões em lugares agradáveis. A tecnologia avançada das mídias oferece vários vídeos de jogos, filmes e canais interativos sem sair de casa. Mas será saudável ficar em continuada reclusão? Já não basta mais de um ano em isolamento? Mesmo que ainda estejamos vivendo sob a ameaça dos efeitos do coronavírus, seria salutar o contato com a Natureza, bem como reencontrar pessoas do círculo afetivo e/ou familiar, desde que sejam tomadas as precauções recomendadas nos protocolos vigentes no âmbito sanitário.
Uma visita aos rincões rurais e banhar-se nos cursos d’água, até empreender uma pescaria pode ser uma aventura do agrado dos pequeninos e maiores. Além do lazer é uma forma de fortalecer o sentimento de pertencer ao Lugar de suas origens para sedimentar a identidade familiar e cultural. Quantas histórias da carochinha, adivinhações e brincadeiras nossos avós nos repassavam. As crianças de hoje merecem uma infância do “Era uma vez”, “faz de conta”, “esconde-esconde”, “adivinhações” comer frutas tiradas do pé etc.
E o que a Cidade tem a oferecer? Ah! Nossas Cidades não se preparam para oferecer a diversão tranquila e saudável ao seu público mais importante – seus moradores. Não exigem dos especuladores imobiliários, do grupo de construção civil e outros negociantes, o respeito às exigências de Áreas livres a se incorporarem ao “Patrimônio Público” e garantirem o ambiente saudável à todas faixas etárias. A opção de Lazer é um Direito e, portanto, é um Dever da Municipalidade oferecê-lo – trata-se da humanização do espaço urbano.
O Geógrafo Milton Santos, um dos maiores pensadores do Brasil afirmou: “Quem não pode pagar pelo estádio, pela piscina, pela montanha e ar puro, pela água, fica excluído do gozo desses bens que deveriam ser públicos porque são essenciais” .
A “Cidade Coração do Ceará” vem experimento alto índice de expansão da área edificada, sem a correspondente implantação de áreas públicas destinadas ao lazer de sua população residente. As praças disponíveis atualmente foram construídas antes do ano 2000. Lamenta-se ainda alterações no desenho e dimensão de uma das mais belas – a Praça Kalil Skeff, hoje encolhida entre prédios comerciais privados e o Mercado Municipal da Carne.
O que mais surgiu nas últimas décadas foram quiosques nas praças reformadas com recursos do PROURB (financiamento do Gov. Estadual) nas áreas do Centro. Apesar da Prefeitura manter a Banda de Música Municipal Sebastião Doth não há coretos para boas audições musicais desta Banda e/ou grupos de seresteiros com o Resgatando à BOEMIDADE.
A urbanização das margens do Rio Quixeramobim no início do trecho à jusante da Barragem instalou a “Via Paisagística”; uma área convidativa às caminhadas e pedaladas, além de práticas de exercícios físicos nos aparelhos ali instalados. Em menor dimensão a Praça Cel. João Paulino também permite essas prática.
O fato a lamentar é a inexistência de pelo menos um Parque Urbano que ofereça aos habitantes de Quixeramobim áreas de preservação das espécies nativas do bioma regional, produzindo ar saudável e a contemplação da beleza da Natureza. As Praças multiplicadas por todos os bairros deveriam se tornar jardins atraentes que elevariam o índice de cobertura vegetal por habitante, um dos mais importantes índices da qualidade de Vida de uma Sociedade.
Para conferir mais artigos na coluna de Terezinha Oliveira, clique AQUI.