Funcionários do Hospital Regional Dr. Pontes Neto e da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Quixeramobim revelaram, de forma exclusiva à reportagem, que o Instituto de Gestão Hospitalar e Saúde (IGHS) não cumpriu o prazo legal de pagamento do décimo terceiro salário e o recebimento encontra-se atrasado. Conforme um dos relatos, também não foi repassada previsão aos funcionários. A informação é do blog Quixeramobim Agora.
O 13º salário foi instituído por lei e regulamentado por decreto que dispõem que o pagamento deve ser feito em duas parcelas, sendo a primeira, equivalente a 50% do valor a que o empregado tem direito, até o dia 30 de novembro de cada ano, e a segunda, equivalente aos 50% restantes, até o dia 20 de dezembro de cada ano.
“Se possível, faz uma matéria sobre o décimo dos funcionários do Instituto do Hospital Pontes Neto que o prazo era só até o dia 20 e não foi pago nenhuma parcela. Esse Instituto vai ser pior do que o outro. O outro deixou para fazer errado no final, esse começou foi cedo”, diz um dos relatos que complementou: “Queria que fosse no sigilo”.
Em outra mensagem enviada, o esposo de uma funcionária da UPA confirmou: “Sou esposo de uma funcionária da UPA. Eles ainda não receberam o 13°. Dinheiro esse que deveria ser pago até o dia 20/12.”
Vale lembrar que o IGHS possui um contrato maior se comparado com o Compartilha, que administrou as unidades até ano passado. Além disso, era crítica presente da atual gestão a forma como a OSS anterior tratava os funcionários. Ao que indica, o IGHS comete o mesmo erro. O atraso se dá em uma categoria que esteve a frente diretamente no setor que mais trabalhou na pandemia, merecendo não sofrer atraso no pagamento do décimo.
Analistas em gestão pública, consultados pelo blog, apontam que o IGHS é um dos maiores fornecedores do município, leva grande fatia dos recursos da Saúde para gerir apenas duas unidades, quando o restante de todo o recurso tem que ser dividido entre a gerência da Secretaria de Saúde, Caps, Caps AD, SAD, Laboratório, Policlínica, CEREST, CAF, CAIQ, todos os postos de saúde (cidade e interior), Vigilância, transportes, dentre outras ações, podendo, dessa forma, justificar o grande número de reclamações, neste ano, na área da saúde, pela falta, até, de insumos e medicamentos básicos.
O Portal da Transparência do Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE-CE) aponta que já foram efetuados, até outubro de 2021, 71 pagamentos, totalizando R$ 14.399.999,96, ao Instituto de Gestão Hospitalar e Saúde (IGHS).
Repórter Ceará (Foto: Augusto Alves/SMC)