Aliados do presidente Jair Bolsonaro, insatisfeitos com o resultado das eleições, montaram uma espécie de “QG do golpe” na residência onde funcionou o comitê de campanha do então candidato à reeleição. O movimento é coordenado pelo ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, que concorreu a vice-presidente na chapa de Bolsonaro. Deputados, senadores, ex-ministros e até integrantes das Forças Armadas foram vistos entrando e saindo do local durante a semana. O QG também teria recebido empresários do agronegócio envolvidos na organização de atos golpistas realizados em frente a quartéis do Exército, cuja pauta principal é um pedido por intervenção militar no Governo, algo expressamente proibido pela Constituição Federal de 1988.
Não podemos normalizar esse tipo de prática golpista. Para quem não sabe, segundo a Comissão da Verdade, durante a ditadura militar de 1964, 434 pessoas morreram ou desapareceram. Foram milhares de atos de tortura, censura, perseguições e exílios. Várias pesquisas já mostraram que a maioria do povo brasileiro tem vocação democrática e não aceita o autoritarismo. A democracia tem a liberdade como princípio, mas não pode ser condescendente com comportamentos que ferem a Carta Magna. Nas redes sociais ou nas ruas, dos caminhoneiros aos ministros do TCU, todo discurso defendendo intervenção militar deve ser punido de forma exemplar. O caminho mais eficiente é condenar essas articulações no seu nascedouro, evitando, assim, a expansão do fascismo. A experiência mundial e a eleição de Lula, mostram que o povo quer construir uma cultura de paz. Essa luta deve ser abraçada por todos!
Acrísio Sena
Líder do PT na Assembleia Legislativa do Ceará
Vamos ter que ser enérgico estão brincando com fogo ?