A Universidade Federal do Ceará (UFC) já cancelou 95 matrículas na instituição por fraude em cotas, ao longo de três anos. A informação é do Diário do Nordeste.
De acordo com dados da UFC, de 2020 a 2022, a instituição de ensino superior recebeu 270 denúncias. Destas, 166 foram analisadas pela Comissão de Heteroidentificação, responsável por avaliar tais casos. Subcomissões de três a cinco pessoas fazem a análise “em ambiente controlado e filmado”, e seus integrantes emitem pareceres individuais.
Em caso da denúncia ser julgada procedente, é indeferido o enquadramento na cota Pretos, Pardos e Indígenas (PPI), e a matrícula é cancelada. Conforme a própria universidade, 95 casos tiveram recursos administrativos esgotados, resultando no cancelamento da matrícula, o que representa 57% de todos os procedimentos já analisados.
Ainda segundo a UFC, 71 denúncias foram consideradas improcedentes, e outras 66 tiveram a apuração inviabilizada por causa da perda de vínculo por desistência, abandono ou reingresso por ampla concorrência, dentre outras situações.
O coordenador da Igualdade Racial de Fortaleza, Sérgio Granja, lamenta que “muita gente vem se aproveitando das cotas para entrar na universidade”. Ele defendeu que o aprimoramento das bancas de heteroidentificação é importante, mas que não deve ganhar mais atenção que o fortalecimento da políticas de cotas em si.
Repórter Ceará
