Home Terezinha Oliveira Águas de março e a esperança do sertanejo

Águas de março e a esperança do sertanejo

O ano de 2023 ficará marcado pelo ressurgimento da esperança de boas chuvas em nossa região, essa esperança que traz o verde das águas correndo nos leitos de rios e riachos da planície sertaneja e faz brotar o verde nos roçados que alimentarão homens, mulheres e animais. Além das observações e prognósticos emitidos pelos “Profetas da Chuva”, a boa gente do Sertão levanta os olhos ao firmamento buscando sinais das nuvens trazendo as águas abençoadas. Quando percebem as “nuvens carregadas” os sertanejos soltam a expressão “tá bonito prá chover”. Essa expressão inspirou o título de um livro do saudoso Mestre Gilmar de Carvalho.

Integrando a Bacia do Rio Banabuiú, nosso município é banhado pelo Rio Quixeramobim (antigo Rio Ibú) e seus afluentes, em cujo percurso várias obras hídricas represam parte do precioso líquido, entre as quais se destaca o Açude Fogareiro, inaugurado em 1996. As represas constituem o principal recurso no combate às estiagens prolongadas que assolam o interior do Nordeste. Próximo a nós, na vizinha cidade de Quixadá, está a primeira intervenção do governo: o imperador Dom Pedro II determinou a construção do belo Açude Cedro.

Outras obras hídricas no espaço cearense surgiram ao longo das décadas. A maior delas é o Açude Castanhão, no médio Jaguaribe, em Jaguaribara, inaugurada no ano de 2003. No Alto Jaguaribe foi construído o Açude Orós, o segundo em capacidade, cuja inauguração aconteceu em 1961. No Sertão Central, em 1966, é finalizado o Açude Arrojado Lisboa (Banabuiú). Muitos existem por todas as regiões nordestinas, objetivando sustentar a vida nas cidades e nos pequenos lugarejos.

Em Quixeramobim, o Açude Engº. José Cândido de Castro de Paula Pessoa, a “BARRAGEM”, inaugurado em 1960 para ser a redenção hídrica do “Coração do Ceará”, é a principal atração turística – o Cartão Postal para onde se voltam nossas atenções no início da estação chuvosa – onde está a água? Já subiu quanto? Vai “sangrar” logo! E assim é o coração do quixeramobinense que transborda com a cheia e se queda extasiado na “varanda” da ponte, admirando como se fosse sua primeira visão do rio correndo velozmente. Nos últimos anos essa alegria foi frustrada pelos baixos índices pluviométricos, além de muitos represamentos no leito do Rio em seu trecho à montante, sem controle e beneficiando propriedades particulares.

Mas esse ano, desde o domingo – 02 de abril de 2023, as águas ultrapassaram as cotas e correram no leito à jusante para a comemoração geral.

Foto: Augusto Alves/SMC

Confira mais artigos na coluna de Terezinha Oliveira AQUI.

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