Conheci o Valdemar Costa Neto, então Deputado Federal, em Brasília. O ano apontava o de 1995. Sucedia Álvaro Vale e liderava o PL na Câmara dos Deputados. Após tomarem o PDT icoense das nossas mãos, nos filiamos ao PL. À época , não existia esse quiprocó todo de ideologia partidária. Nem marcava-se com entusiasmo essa peleja de direita, esquerda, ou coluna do meio. Na agremiação, fui eleito Vice-Prefeito de Icó por duas oportunidades, igualmente, disputei à prefeitura em 2004, onde bati na trave nas urnas, mas fui vencido.
Valdemar é um sedutor. Educado, falante, altivo, audacioso. Ofereceu aos liberais cearenses um delicioso almoço, servido em sua residência, um apartamento funcional enorme e bem localizado em Brasília. Atento, falava muito e gesticulava também com as mãos, bem como era muito solicitado pela classe política. O telefone não parava. Os bastidores, o jargão político em Brasília não param nunca. E faz tempo! São trovões, nuvens, calor e frio, e como diria Juscelino Kubitschek, “um verdadeiro horizonte pleno”.
Valdemar foi ao céu e ao inferno. Preso, condenado e liberado tempos depois. Mergulhou e deixou as más notícias passarem, como um invisível. De todo poderoso homem da República, a soldado de Bolsonaro, após Lula, Dilma, e o PT serem tangidos do Palácio do Planalto, com o golpe do impedimento comandado pelo MDB e Centrão, inclusive, legitimado pelo Supremo, e pelas massas populares que não entenderam aquela nefasta e grande armação em desfavor da Dilma Rousseff, uma mulher honesta.
Pois bem; Valdemar Costa Neto resolve sair do ostracismo e, mesmo sem mandato eletivo, lidera o PL – Partido Liberal nacional, onde o associa ao total conservadorismo, ao bolsonarismo, ao radicalismo, ao ponto de achar que se faz democracia com culto ao 8 de janeiro, próximo passado, onde atentaram e destruíram a Praça dos Três Poderes, na capital de todos os brasileiros.
Hoje, ele é manchete novamente nos jornais, ao expulsar parlamentares do seu partido e a suspender funções de tantos outros nas Comissões da Câmara Federal, por terem votado em projetos do Governo Lula da Silva.
Esqueceu o experiente Valdemar Costa Neto, de uma máxima do grande e valoroso homem público cearense, Virgílio Távora, que ao ser admoestado por um repórter, declarou: “Governo é Governo, meu filho”.
– E ao seu modo, saiu pisando firme, centrado, de cara fechada, e rindo internamente!
Aprenda, Valdemar!
