Home Terezinha Oliveira O palco da cultura é o “chão da praça”

O palco da cultura é o “chão da praça”

As praças são ambientes vitais para um saudável convívio dos moradores das cidades, pois são áreas livres de edificações que permitem o encontro dos cidadãos e cidadãs para as mais diversas manifestações. Quando dispõem de mobiliário urbano e arborização dispostos adequadamente, estas se tornam mais atraentes e utilizadas pelos moradores e visitantes. Nesses espaços fica a história de várias épocas e suas respectivas gerações. Cidades brasileiras do período colonial seguiam o desenho padrão oriundo da Corte dominante. Em torno de amplo espaço livre eram instalados os serviços ligados à administração, o legislativo, o judiciário/policial e os pelourinhos (onde ocorriam os castigos aos condenados). Os espaços livres vinham a ser as praças e em torno delas surgiam as igrejas, formando o conjunto para as funções urbanas e pontos de interesse dos habitantes das vilas e cidades.

No “Coração do Ceará” a letra do Hino do Município diz: “… da Fazenda surgiu a Cidade…”, em alusão ao fato de que nossa cidade germinou a partir da instalação da “Fazenda Santo Antônio do Boqueirão”, de propriedade do lusitano Antônio Dias Ferreira, que determinou a construção de uma Capela em louvor àquele santo do qual era fervoroso devoto. A existência desse Templo e o sucesso da atividade agropastoril com ampliação de postos de trabalho atraiu novos moradores, consolidando o nascente povoado que viria ser a Vila Nova de Campo Maior – futura Quixeramobim. Neste ano de 2023 são comemorados 167 anos da elevação de Vila para Cidade. O Município fora emancipado em 13 de junho de 1789, ou seja, há 234 anos, mas as comemorações acontecem em agosto.

A principal Praça da antiga Vila Nova de Campo Maior corresponde ao espaço que atualmente se divide em duas: a Praça Comendador Garcia (Pç. da Matriz) e Praça Antônio Dias Ferreira (Pç. Nª Sª de Fátima ou Pç. da Prefeitura). Essa subdivisão se deu quando ocorre a construção do Grupo Escolar Assis Bezerra no meio da área desse importante logradouro. Depois surgiram uma unidade de saúde, o Salão Paroquial e bem depois o Banco do Nordeste. É na Praça Comendador Garcia que nossa memória “viaja” por épocas distintas desse Quixeramobim. A Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua, cuja Paróquia foi criada em 15 de novembro de 1755, domina o cenário cercada por áreas livres para circulação de pedestres intercaladas por canteiros. Nas proximidades fica a sede do Legislativo Municipal, em belo imóvel cujos traços arquitetônicos o tornaram Patrimônio Nacional (tombado pelo IPHAN desde 1972).

Há que se destacar no desenho da Pç. Comendador Garcia: o amplo espaço entre a Matriz e os prédios do Posto de Saúde, Escola e Salão Paroquial; no referido setor a população dispõe de bancos, canteiros com plantas e alamedas que favorecem o encontro e lazer da população. Antes da chegada da televisão, os jovens de várias gerações aqui se encontravam no início das noites, circulando em grupos de amigos ou em pares enamorados, tendo por trilha sonora as canções tocadas na “Voz de Cristal” – a Amplificadora comandada por Fenelon Câmara. Nas atuais noites de sábados, o grupo Resgatando a Boemidade se reúne para relembrar esse cancioneiro e rever os velhos amigos e amigas. Ao iniciar junho tudo se torna um grande barracão para os festejos do Padroeiro.

Completando o espaço livre, surge sob o formato triangular cuja base é fronteiriça ao prédio da Casa de Câmara e Cadeia e se estreita no sentido leste-oeste. É nesse ambiente que os eventos cívicos tem seus momentos mais solenes – o Palanque oficial, o desfile de militares, estudantes e outras representações, o hasteamento das bandeiras nos mastros da Câmara Municipal etc. São muito comuns as manifestações artísticas e culturais no local aludido: grupos de Capoeira, os Bois de Reisado, eventuais grupo de pastoris e outros similares. É um espaço utilizado por cantores em seus shows e favorece muitos outros momentos artísticos gratuitos para a população. Essa área, onde a cidade nasceu, traz as condições ideais para se consolidar como a “Praça da Cultura” ou o “Largo Cultural”, pois o melhor palco para a cultura é o “Chão da Praça”

A PRAÇA É DE TODOS
Para todas as MANIFESTAÇÕES CULTURAIS
ONDE TUDO COMEÇOU

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