Conhecido pela voz estridente e pelo forte sotaque da Mooca, bairro tradicional da zona leste de São Paulo, Camilo Cristófaro (Avante) pode se tornar, nesta terça-feira, 19, o primeiro vereador do Brasil a ser cassado por causa de racismo.
Camilo já foi acusado de usar laranjas como doadores de campanha, chamar uma colega vereadora de “vagabunda” e de enviar uma sacola de dinheiro para um secretário de Transportes. Em todos esses casos, ele conseguiu escapar de punição.
Desta vez, contudo, a situação do parlamentar paulistano é bem delicada. Camilo será julgado pelos pares na Câmara Municipal, nesta terça, por ter dito, durante sessão virtual em maio de 2021, que não limpar calçada era “coisa de preto”.
Para ser cassado por quebra de decoro parlamentar, 37 dos 55 vereadores precisam votar “sim” pela cassação. Porém, segundo integrantes da Câmara, Camilo tem um histórico de décadas de atuação nas sombras da política municipal e é considerado um “arquivo vivo”, que poderia retaliar antigos aliados caso seja derrotado, o que torna o resultado da votação incerto.
Polêmicas em série
Com apenas três meses de mandato, em março de 2017, Camilo e a então vereadora Isa Penna (PSol) se encontraram no elevador privativo da Câmara após um discurso da vereadora que, segundo ela, Camilo não tinha gostado.
Repórter Ceará – Metrópoles