No jargão político de cada recanto do Ceará, o povo só fala em eleições municipais e quem serão os sucessores das prefeituras interioranas e da capital de José de Alencar e de Iracema dos lábios de mel, Fortaleza.
Os palpiteiros dos mercados, os cientistas políticos das esquinas, os apostadores de grandes jogadas e os achistas sabem desde já quem serão os escolhidos às chefias dos poderes executivos, os vices e, até mesmo, os eleitos e os vencidos.
São profetas da certeza ou do apocalipse. Mas eles têm tanta convicção, que muitos nos fazem acreditar num amanhã com mais de 365 dias pra frente.
Os recados de vários sinais e estratégias de palavras aos ventos fortes e quentes do momento passeiam por todo o Ceará e saem do PT, PDT, PL, PSB, MDB, PSD e de candidatos ainda sem filiação a qualquer grêmio político.
Mas o que se observa mais no ambiente político é a palavra desconfiança. O líder Paes de Andrade, já em outro plano celestial, certa feita, respondeu para um repórter que não gosta de fazer análises em hipóteses.
O medo da traição na passagem e travessia do poder de uma mão para a outra, desde as últimas eleições tem gerado candidaturas precoces para análises mais profundas dos nomes postos, como os estrategistas e serenos que conhecem as estranhas dos acontecimentos e dos bastidores, a adiarem o início da peleja partidária, que já defendi em outros textos como acertada decisão.
Chegando ao final desse rabisco de canto de página, ouso ouvir de um colega advogado: em política tudo pode acontecer; até boi tem asas.
Faz sentido. Quem diria, um dia na vida, que o Ceará assistiria com os olhos impassíveis os irmãos e líderes políticos, Cid e Ciro Gomes, de dedos em riste um para o outro?
Enquanto isso, o eleitor que vota e gosta da política como paixão e ciência, vai esperar as águas de março, quiçá mais serenas e limpas.
