A sessão da Câmara dos Vereadores de Fortaleza dessa terça-feira, 5, foi marcada por um triste episódio de ofensas contra a governadora em exercício Jade Romero (MDB). Dois vereadores do PDT menosprezaram o papel de liderança de Jade, reduziram críticas que a gestora fez a Roberto Cláudio e a ofenderam com termos que dão a entender que Romero não fala por si, mas é usada por alguém.
“Menina de recado” e “garganta de aluguel” foram as expressões usadas pelos vereadores Lúcio Bruno e Adail Júnior, respectivamente. Ambos discursaram na tribuna da Câmara.
O uso das expressões pelos vereadores é grave, apresentam traços de machismo e misoginia e tentam encolher a importância da representação de Jade para a atuação feminina na política cearense. Hoje, Romero ocupa o cargo mais alto de representatividade no Ceará.
As falas dos dois parlamentares são ainda mais graves, pois foram proferidas dentro da ‘Casa do Povo’, em um local onde esse tipo de expressão não deveria existir. Isso mostra a falta de preparo para lidar com as críticas, que sempre virão. Tais críticas podem ser rebatidas com argumentos, mas não com ofensas. O problema habita na ausência de argumentação, partindo para o uso de termos que ferem a imagem de alguém.
Jade foi eleita como vice-governadora e hoje lidera, durante a ausência de Elmano, o Executivo estadual. Ela possui autonomia para falar como qualquer outra figura política do Estado e deve ser respeitada. Esse respeito deve ser dado independentemente do cargo ocupado. A pior constatação é ter a certeza de que, se fossem críticas proferidas por um homem, a reação teria um tom mais brando.
Fica aqui minha solidariedade a Jade Romero, o desejo de que essa situação não se repita e o pedido para que a população possa avaliar, muito bem, em quais políticos escolhe para lhe representar.
Foto: Reprodução/Instagram/Jade Romero
