Home Terezinha Oliveira Os símbolos do Natal cristão sucumbem no mercado global

Os símbolos do Natal cristão sucumbem no mercado global

É consenso entre aqueles que professam a fé cristã que as datas máximas de suas religiões são o nascimento de Jesus Cristo e sua morte. Comemorado em 25 de dezembro, último mês do ano, o Natal está perdendo seu real significado para confraternizações de grupos das mais diversas natureza: profissionais, vizinhanças, estudantis, desportivos, familiares etc. Em todos esses eventos, a tônica é a degustação de quitutes e bebidas, culminando na troca de presentes entre “amigos secretos”. E o “mercado” agradece pois suas vendas aquecidas trazem lucros às lojas e aos restaurantes ou buffet.

Entretanto, há outro grande equívoco entre nós, residentes abaixo da linha do equador, no Hemisfério Sul, onde poucos lugares de altitudes elevadas chegam a nevar, portanto não seria viável o velhinho de vermelho correr com seu trenó. Os pinheiros da árvore também são de outro bioma, uma vez que as “Araucárias” do Paraná tem formato diferente. Geograficamente, o Natal tem por referência uma região árida: a Província da Judeia com elementos campestres como palhas, pequenos animais e pastores. Portanto, o Nordeste tem paisagem similar à Judeia e os elementos decorativos dessa festa não vêm de zonas frias, cheias de neves onde deslizam trenós. O gordo Papai Noel derreteria de calor sob o sol equatorial. A vegetação nordestina é a Caatinga dos cactos com espinhos e não verdes pinheiros gigantes inexistentes na Judeia. Quem transportou a Virgem Maria e seu filho foi um burrico dos trópicos e não animais das zonas temperadas ou glaciais.

O fato é que os aspectos geográficos sucumbem diante dos interesses comerciais. O mercantilismo que norteou a dominação europeia nos demais continentes, hoje apelidado de “Globalização”, tira o foco da história da Sagrada Família, da vinda do Deus Menino que chegou ao Mundo para nos salvar, jogando nas prateleiras e fachadas das lojas, nas ruas e na mídia os símbolos pagãos, pois o que lhes interessam é ‘Vender, Vender, Lucrar, Lucrar’.

Para ornamentar seus ambientes no final de ano, espero que sejam lembrados os verdadeiros símbolos do Natal. O cenário a ser mostrado deve lembrar a Judeia, árido como o Nordeste, e os traços culturais são fortalecidos pelos Autos de Natal, Pastoris, grupos de “Boi de Reisado” e similares. Perdemos nossa identidade quando se enfraquecem os traços culturais locais.

Foto: Cartão de Natal elaborado por Artesãos de Juazeiro do Norte da “Associação dos Artesãos da Mãe das Dores e do Pe. Cícero.

Terezinha Oliveira

Deixe seu comentário:

Please enter your comment!
Please enter your name here