A comunicação sempre foi uma ferramenta essencial para políticos. No entanto, a valorização que recebe varia conforme as circunstâncias.
Durante o período eleitoral, a comunicação é exaltada, tornando-se a principal ponte entre candidatos e eleitores. Promessas são feitas, discursos são elaborados e a mídia é inundada por mensagens que buscam conquistar o voto do cidadão. Contudo, passada a muvuca das urnas, a comunicação perde seu valor e se torna quase invisível no cotidiano dos governantes.
Essa mudança de postura é evidente e preocupante. Em termos legislativos, há esforços tímidos para fortalecer a comunicação no Brasil. Leis que promovem a transparência e o acesso à informação são passos importantes, mas ainda insuficientes. A comunicação pública, especialmente, precisa ainda de mais atenção. É fundamental que o Estado reconheça a importância de uma comunicação eficiente e invista nela não apenas em períodos eleitorais.
A tragédia recente no Sul do país destacou um fato curioso: a relevância dos meios de comunicação locais, especialmente o rádio. Em um momento de crise, os gaúchos tiveram que recorrer ao velho e bom radinho de pilha para se manterem informados, comprovando a confiança nesse meio. O rádio, com sua capacidade de atingir comunidades de maneira rápida, fortalece a comunicação, principalmente em regiões onde outros meios podem se tornar inacessíveis.
Dito isso, quando os políticos vão compreender que a comunicação deve ser valorizada como um componente vital para a democracia, e não apenas usada como uma ferramenta de conquista de votos ou de marketing? A criação de políticas que fortaleçam a comunicação, especialmente ao nível local, deve ser uma prioridade para uma sociedade bem informada, independentemente das circunstâncias.