Ao visitar a Praça Padre Cícero, não encontrei o folclórico Adautinho em seu ponto habitual. Também não ouvi o talentoso Roberto Crispim narrando os bastidores da política local e regional na Rádio Progresso.
Por outro lado, o mais popular e querido político de Juazeiro do Norte, Dr. Raimundo Macêdo, o Raimundão, também não estava presente para acompanhar um enterro na rua São Pedro, como tantas vezes fez. E, para minha surpresa, não encontrei o Dr. Manoel Salviano, que, mesmo após tantos anos, ainda costumava mandar abraços para meu pai – falecido há 29 anos em Icó, mas sempre lembrado por ele, que nunca o conheceu.
O cenário tem mudado tanto que ainda faz frio durante a madrugada até os primeiros raios de sol, mesmo em pleno agosto. Nos grupos locais de WhatsApp, em vez das discussões sobre o culto ao Padre Cícero, o que domina são as pesquisas eleitorais e as trocas de farpas entre o vereador Márcio Jóias e o prefeito Gledson Bezerra.
E por falar em figuras da cidade, o amigo Gomes, agora chamado de “autoridade”, é candidato a vereador e logo avisa aos concorrentes: “Somente eu posso falar do Santo Padre Cícero, pois o estudo e venero há várias décadas.”
Porém, Dr. Giovanni Sampaio, sempre rebelde, não deixa barato e reage dizendo: “O Padre é de todos nós do Cariri, e somente Fernando Santana pode levar Juazeiro do Norte de volta ao caminho do desenvolvimento.” As palavras de Giovanni costumam gerar uma confusão generalizada, afinal, Giovanni é Giovanni – assim como um pneu sempre será um pneu no Gerardo Bastos, em Fortaleza.
De fato, Juazeiro não é mais o mesmo, embora seu povo ainda tenha esperança de que, com ou sem Gledson, este torrão continue sendo a terra santa, tão amada em todo o Brasil.
E assim, com o sapato engraxado, agora é hora de tomar o tradicional caldo de carne moída com ovos e cuscuz no Come Bem da Praça Padre Cícero, enquanto espero por alguma novidade deste sábado que se inicia, para que eu possa completar o texto.
