A violência está cada vez mais presente nas eleições e nos atos políticos, atravessando fronteiras ideológicas e geográficas. Do cenário internacional com atentados contra o ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos, até o interior do Ceará, com o ex-prefeito de Sobral, Clodoveu Arruda, agredido fisicamente durante a campanha de Izolda Cela (PSB), o uso da força bruta para intimidar ou silenciar opositores vem ganhando espaço.
Episódios recentes, como agressões físicas em debates, ovos sendo atirados em carreatas e até tentativas de assassinato, mostram que os ataques não escolhem partido ou posição política.
No Ceará, o cenário é preocupante. A deputada estadual Emília Pessoa (PSDB) teve sua residência alvejada por tiros em Caucaia, e o prefeito de Quixeramobim, Cirilo Pimenta (PSB) recebeu ameaças de morte em um chat ao vivo durante sabatina. Figuras com histórico de atuação pacífica também foram alvo durante suas atividades de campanha. A ex-governadora Izolda Cela, por exemplo, também foi ameaçada de morte.
Essa violência não se limita ao ato físico; ela reflete uma polarização que derrete o debate político saudável. Quando o confronto se dá pela força e não pela palavra, o diálogo democrático perde seu espaço, criando um clima de medo e hostilidade que favorece a radicalização de discursos.
É preciso punir os responsáveis, mas, mais do que isso: reconstruir o respeito ao debate público e ao contraditório, senão continuaremos a testemunhar a deterioração de nossa convivência democrática.