Home 1 Minuto com Sérgio Machado Qual milionário você vai eleger nessas eleições?

Qual milionário você vai eleger nessas eleições?

Esse cenário, onde gestores públicos conseguem multiplicar seus patrimônios de maneira tão expressiva levanta dúvidas sobre a origem dos recursos e o possível uso de esquemas para enriquecimento ilícito

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Em 2008, “Quem quer ser um milionário?” ganhou óscar de melhor filme por abordar temas como a exploração social, a influência da televisão na vida das pessoas e a força da mídia. Nas eleições de 2024, qualquer semelhança é mera coincidência. O título só mudaria para “Quem permanece milionário?”, já que esse histórico crescimento patrimonial de prefeitos e vereadores no Ceará tem sido replicado em várias outras regiões do país.

De acordo com dados do Diário do Nordeste e do O Povo, candidatos à Prefeitura de Fortaleza, por exemplo, apresentaram declarações de patrimônio que chegam a R$ 48 milhões. Um verdadeiro abismo entre as realidades financeiras de diferentes gestores e da população. Entre os postulantes, o senador Eduardo Girão (Novo) declarou R$ 48.177.784,31. Já Evandro Leitão (PT), deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa, declarou R$ 1.662.352,84.

O atual prefeito, José Sarto (PDT), também médico, registrou ao TSE um patrimônio de R$ 1.105.519,31. Enquanto Capitão Wagner (União Brasil), que já foi vereador, deputado estadual e deputado federal, declarou um patrimônio de R$ 1.014.323,79.

Fora da capital, candidatos como João Barroso (PSDB), que concorre à Prefeitura de Itapipoca, e Roberto Pessoa (União Brasil), postulante à reeleição em Maracanaú, lideram o ranking de bens declarados.

João Barroso registrou impressionantes R$ 63 milhões. Comparando com o patrimônio declarado em 2020, que era de R$ 25,9 milhões, o crescimento foi de 143,57%. Roberto Pessoa, líder do grupo político que governa Maracanaú desde 2005, declarou R$ 13,82 milhões. Lucrativo esse negócio de gestão pública, não é?

Esse cenário, onde gestores públicos conseguem multiplicar seus patrimônios de maneira tão expressiva levanta dúvidas sobre a origem dos recursos e o possível uso de esquemas para enriquecimento ilícito. Muitos desses políticos justificam seu crescimento patrimonial com atividades empresariais paralelas.

A falta de fiscalização e a cultura de pouca transparência na política favorecem o ciclo de enriquecimento pessoal às custas do dinheiro público, prejudicando o desenvolvimento de regiões que mais precisam de investimentos. Até quando?

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