Nessas eleições municipais, o PT enfrentou dificuldades ao não eleger nenhum prefeito no primeiro turno, em contraste com o desempenho expressivo do PSD, que se consolidou como a principal força municipal do país, superando até o tradicional MDB.
A força do Centrão e a predominância de partidos de direita e centro-direita foram reafirmadas, controlando a maioria das prefeituras brasileiras. Esse cenário pressiona o PT a buscar resultados mais expressivos no 2º turno, em capitais estratégicas como Natal, Cuiabá, Fortaleza e Porto Alegre, onde suas chances ainda permanecem, mas com desafios intensificados.
O desempenho do PT nessas eleições é indicativo da crescente dificuldade de manter relevância no cenário nacional, uma vez que a expansão de forças moderadas e conservadoras, como o PSD, já redesenha a estrutura política municipal do Brasil.
A consolidação do Centrão e de legendas aliadas à direita, como PSD, MDB, PP e União Brasil, aponta para uma base robusta em várias regiões, o que deverá ter impactos diretos nas eleições gerais de 2026, especialmente para cargos de representação federal e estadual. A pressão sobre o PT só cresce. Um desempenho fraco no 2º turno pode enfraquecer ainda mais o partido.
No Nordeste, porém, o PT manteve presença significativa, com 237 prefeituras conquistadas até o momento. Mais de 60% dessas vitórias estão concentradas na região, consolidando a influência do partido nos municípios nordestinos.
O número representa um aumento de 81% em relação a 2020, demonstrando que o PT segue relevante em redutos históricos e que ainda encontra respaldo entre eleitores nordestinos. No entanto, o domínio do Centrão segue forte, especialmente com a liderança do MDB, PSD e PP, que juntos acumulam 749 prefeituras na região.
No Ceará, PSB e PT assumiram a liderança nas prefeituras eleitas, mantendo suas bases no estado, mas o contexto nacional não favorece essa expansão local. O segundo turno dessas eleições será importante para o PT redefinir sua trajetória e avaliar até onde sua força ainda se concentra.
Mais do que o resultado imediato, os desdobramentos de 2024 indicarão se o partido terá fôlego para as eleições de 2026 ou se continuará em declínio diante da força das coalizões de centro-direita.