“Já era esperada”, disse um apoiador sobre a derrota de Catanho (PT) em Caucaia, segundo maior colégio eleitoral do Ceará, com 39.60% dos votos. A derrota do PT em Juazeiro do Norte, Quixadá, Quixeramobim, Senador Pompeu e, agora, em Caucaia, no segundo turno das eleições, revela um cenário de fragilidade política em regiões historicamente importantes para a legenda.
Em cidades como Juazeiro do Norte e Quixadá, a perda de capital político mostra que o partido precisa repensar suas estratégias de articulação, levando em conta a diversidade de demandas nos municípios do interior e no sertão central. Em Fortaleza também, já que a vitória foi suada, com uma diferença de apenas 0,76 ponto percentual entre Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL).
“Expectativa é de virada”, afirma Luizianne Lins, uma das principais apoiadoras da campanha de Catanho em Caucaia. E o banho de água fria veio. O PT sempre teve uma base de apoio fiel nesses locais, mas a mudança de cenário sugere que, em vez de apostar em nomes tradicionais ou antigos, o partido deve reavaliar suas propostas e ouvir mais atentamente as demandas locais.
As vitórias de grupos políticos conservadores nos principais centros do interior mostram um desgaste da imagem petista. A falta de inovação nas candidaturas, contribuiu para o afastamento e a descrença do eleitorado.
Esse contexto cobra do PT a necessidade de uma profunda autocrítica. A escolha de representantes mais alinhados a lideranças estaduais, e não necessariamente locais, demonstra que a legenda apostou em uma centralização de poder que se mostrou ineficiente.
Nos próximos ciclos eleitorais, o partido deve focar na renovação dos seus quadros políticos, isso é fato. Mas será que apenas investir em lideranças jovens faz diferença? Alguns resultados nas urnas mostraram que não. É preciso reconstruir propostas com foco na mudança, mas com boas articulações que mobilizem o povo.