Home 1 Minuto com Sérgio Machado Caminhada da Seca: memória, fé e cultura no Sertão Central

Caminhada da Seca: memória, fé e cultura no Sertão Central

Ao caminhar, os participantes revivem o sofrimento de milhares de sertanejos que, durante a Grande Seca, foram confinados sob condições desumanas

Foto: Arquivo/Diário do Nordeste

A 42ª edição da Caminhada da Seca, que acontece no próximo domingo, 10, em Senador Pompeu reafirma a importância da memória coletiva e da devoção popular no Sertão Central do Ceará.

A manifestação, que relembra as vítimas do campo de concentração do Patu, em 1932, já faz parte do calendário cultural e turístico da região, atraindo um número de peregrinos e fiéis que cresce a cada ano. Ao caminhar, os participantes revivem o sofrimento de milhares de sertanejos que, durante a Grande Seca, foram confinados sob condições desumanas.

Além do aspecto religioso e histórico, a Caminhada da Seca se destaca com uma programação cultural recheada de arte e de música.

A Casa de Saberes Cego Aderaldo, que integra a programação, apresenta a mostra “Santos do Patu”. A exposição reúne sete esculturas feitas durante o curso de entalhe em madeira e pintura, ministrado pelo Mestre Vamirez, herdeiro da tradição santeira de Senador Pompeu. As peças retratam a Via Sacra do Patu, oferecendo aos visitantes uma experiência que conecta a arte popular à história local, perpetuando as práticas culturais da região e fortalecendo o patrimônio imaterial do Ceará.

O evento também conta com o Festival Humaitá Rock, que encerra a programação da Caminhada. O festival é um momento de celebração da música autoral cearense, reunindo bandas locais e regionais.

A Caminhada da Seca representa um patrimônio cultural e social que vai além da memória das vítimas da seca. É uma celebração da identidade sertaneja, que une fé, arte e história, atraindo visitantes de várias partes do país e fortalecendo a economia e o turismo da região.

A cada ano, o evento se reinventa, mantendo viva a lembrança de um passado doloroso, intercedendo pelas “Almas da Seca”, mas também celebrando a força e a resiliência do povo do Sertão Central.

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