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Crise em Choró: corrupção, descaso e o preço da negligência dos órgãos fiscalizadores

Esse caso de Choró dá luz a um problema maior: a facilidade com que candidatos com históricos questionáveis chegam ao poder. Muitas vezes, eles são respaldados por alianças políticas que ignoram a idoneidade em favor de interesses eleitorais

Foto: Reprodução

A prisão do prefeito Marcondes Jucá (PT) e do futuro prefeito eleito, Bebeto Queiroz (PSB), coloca Choró no centro de um escândalo de corrupção que expõe a fragilidade ética da gestão pública local e a ausência de filtros institucionais durante o processo eleitoral.

Com apoio de Marcondes, Bebeto foi eleito com 61,1% dos votos, mesmo carregando polêmicas e um histórico de problemas legais. Ambos foram alvos da Operação “Ad Manus”, que revelou esquemas de desvio de recursos públicos, abastecimento irregular de veículos e pagamento de propinas.

A prisão dos envolvidos encerra momentaneamente o caos político, mas o impacto sobre a cidade está longe de ser resolvido. E quem paga o preço da negligência? Sim, a população, que vê a cidade mergulhada em crises políticas e administrativas que poderiam ser evitadas.

A posse de Elcimar Ribeiro, vice-prefeito, só aprofunda as preocupações. Ao assumir, ele declarou não saber o estado das pastas da Prefeitura. Como um vice-prefeito, eleito para ser parte da gestão, pode estar alheio às condições administrativas da cidade que deveria cogovernar?

Essa postura de descaso mostra a importância de debater sobre a responsabilidade compartilhada no exercício do poder e o papel do vice-prefeito, muitas vezes visto como figura decorativa.

Esse caso de Choró dá luz a um problema maior: a facilidade com que candidatos com históricos questionáveis chegam ao poder. Muitas vezes, eles são respaldados por alianças políticas que ignoram a idoneidade em favor de interesses eleitorais. Por isso, a decisão do PT de expulsar Marcondes Jucá foi um gesto necessário, mas tardio. As denúncias contra o prefeito não eram novidade. O partido, assim como o PSB no caso de Bebeto, precisa responder pela escolha de apoiar candidaturas sem um devido escrutínio ético.

O Ministério Público (MP) e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) precisam ser mais rigorosos na fiscalização das candidaturas. Casos como esse mostram o quanto é necessário fortalecer os mecanismos de controle pré-eleitoral para que a democracia local não seja vítima de figuras que desvirtuam o serviço público em benefício próprio.

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