Em janeiro de 2015, três aventureiros cearenses desbravaram os sertões de forma extraordinária: caminharam por quatro dias seguidos, de Fortaleza a Quixeramobim, cobrindo cerca de 50 km por dia. Essa jornada, que uniu esforço físico e contemplação da imensidão do sertão, foi realizada por Naldo Ferreira, Joaci Jardim e Ziraldo Felício, que, juntos, enfrentaram sol, cansaço e o isolamento das estradas para celebrar a força da determinação humana.
Ao longo dos 200 quilômetros percorridos, os viajantes tiveram o sertão como palco de desafios e inspirações. “Foi mais que uma caminhada; foi um encontro com a essência do Ceará, com as raízes do nosso povo e com os limites da nossa resistência”, relembra Joaci Jardim, idealizador da aventura.
Cada dia de caminhada, com duração média de 12 horas, trazia paisagens marcadas pelo contraste do solo árido, pequenos povoados acolhedores e as vastidões de uma terra que parece pulsar história e tradição.
O sol castigava, mas a força de vontade dos três mantinha os passos firmes rumo ao destino final, Quixeramobim – terra natal de Antônio Conselheiro, figura emblemática do sertão.
Uma década de memórias
Agora, em 2025, essa aventura solitária completa dez anos, e os três aventureiros celebram a experiência com o mesmo espírito de resiliência que os guiou.
A jornada de Fortaleza a Quixeramobim não foi apenas física; foi também uma jornada de autodescoberta, de superação e de conexão com as raízes sertanejas.
“Esse trajeto nos transformou. Hoje, dez anos depois, ainda carregamos o aprendizado do sertão e da força que ele nos ensinou”, comenta Joaci Jardim.
A celebração dessa epopeia promete trazer reflexões sobre a força do sertanejo, a riqueza cultural do Ceará e a importância de histórias como essa, que inspiram a todos a desafiar seus próprios limites e valorizar as belezas e desafios do Brasil profundo.
Uma lição atemporal
Essa aventura, que começou com passos firmes no asfalto e na terra seca, transcende a geografia.
É um lembrete de que a coragem e a perseverança são as maiores forças para desbravar qualquer caminho – seja ele no sertão ou na vida.
Para os aventureiros e para todos que se inspiram nessa história, o sertão continua sendo, como diria Euclides da Cunha, “antes de tudo, um forte”.