Em Santa Quitéria, o prefeito eleito, Braguinha, foi preso antes da posse por suspeita de favorecimento a uma facção criminosa, sendo substituído pelo próprio filho na administração do município. Esse caso escancara uma realidade inaceitável da política brasileira: a ausência de mecanismos legais que coíbam a concentração de poder em mãos de uma mesma família.
Nada novo por aqui. Essas práticas oligárquicas já estão enraizadas no cenário da política cearense.
A perpetuação de grupos políticos, comum em várias cidades do interior, prejudica o processo de renovação democrática e cria um ciclo de favorecimento que muitas vezes ultrapassa os limites da ética e da legalidade.
No caso de Santa Quitéria, o comando da cidade por um membro da mesma família do gestor investigado gera dúvidas sobre imparcialidade, continuidade de práticas duvidosas e a influência de interesses particulares sobre os públicos.
Sem legislações que impeçam essa perpetuação de poder, a política brasileira continuará refém de dinastias que enfraquecem a alternância de poder e limitam a diversidade de lideranças. Isso não apenas desestimula novas candidaturas, mas também fragiliza a representatividade social e o controle público sobre a gestão municipal. Para a sociedade, a continuidade de casos como esse reforça um cenário de descrédito generalizado nas instituições democráticas.