Home 1 Minuto com Sérgio Machado A ambição do PT e os limites da unidade política

A ambição do PT e os limites da unidade política

A busca por unanimidade pode transformar prefeitos em atores passivos de um jogo político dominado pelo governo estadual, desestimulando a oposição saudável e necessária em uma democracia

Foto: Camila Lima/Diário do Nordeste

O governador Elmano de Freitas traçou uma meta audaciosa: trazer os 184 prefeitos cearenses para a base aliada do PT. E quem fica com a missão é Nelson Martins, atual secretário de Articulação Política, que assumirá a tarefa antes desempenhada pelo ex-assessor especial Artur Bruno.

Segundo Artur Bruno, mais de 170 prefeitos já estão alinhados ao governo estadual. No entanto, a proposta de alcançar unanimidade levanta questões sobre os limites da democracia e a eficiência desse modelo de governabilidade.

Por um lado, é inegável que uma base ampla pode facilitar a aprovação de projetos e assegurar a execução das políticas públicas do governo. Mas, ao buscar a inclusão de todos os prefeitos, será que o PT não arrisca a pluralidade de ideias e debates necessários à democracia?

A busca por unanimidade pode transformar prefeitos em atores passivos de um jogo político dominado pelo governo estadual, desestimulando a oposição saudável e necessária em uma democracia. Afinal, a política não se sustenta apenas na concordância, mas também na possibilidade de contestação e negociação.

O desafio do PT vai além de alcançar essa meta de 184 prefeitos na base aliada. A verdadeira questão é como Elmano e Nelson Martins irão equilibrar poder, representatividade e governabilidade sem comprometer os princípios democráticos.

Será que é possível transformar essa ambição em uma oportunidade para fortalecer a política cearense ou a tentativa de hegemonia levará o partido a enfrentar críticas ainda mais intensas? Essa resposta pode determinar o futuro da gestão petista no Ceará.

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