Enquanto a esquerda enfrenta dificuldades para renovar lideranças e definir estratégias de longo prazo, a direita avança com movimentos cirúrgicos no campo político.
A articulação em torno de Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que alteram as regras do jogo eleitoral é um exemplo claro de como a direita busca se reposicionar para as eleições de 2026, tanto no cenário nacional quanto no local.
No Congresso Nacional, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) encampou a defesa de uma PEC que propõe reduzir de 35 para 30 anos a idade mínima para disputar os cargos de presidente, vice-presidente e senador. Embora apresentada como uma medida de “modernização” das regras eleitorais, a proposta, se aprovada, abriria caminho para que ele mesmo se tornasse um dos protagonistas da corrida presidencial, ampliando o capital político que acumulou nos últimos anos.
Já no Ceará, André Fernandes (PL) segue uma trilha semelhante ao subscrever uma PEC que também pode beneficiá-lo diretamente em 2026. Nas próximas eleições, o parlamentar, com 28 anos, estaria fora da disputa para o governo do estado devido à exigência de idade mínima de 30 anos.
A proposta reforça a narrativa de que a direita cearense está alinhada a estratégias nacionais, investindo em lideranças jovens com forte apelo popular para disputar o poder em condições mais favoráveis.
Como a esquerda pretende responder a esses movimentos e quais novos nomes lançar para competir com figuras que mobilizam massas, especialmente nas redes sociais? A fragmentação interna, somada à dificuldade de construir lideranças que dialoguem com uma base mais ampla, deixa a esquerda em uma posição defensiva.
Com 2026 se aproximando, haverá tempo hábil e capacidade de reorganização para enfrentar um adversário cada vez mais calculista e estratégico? Deixo a resposta com vocês.
