O Sudeste brasileiro é a região onde, por muito tempo, eram decididos os destinos do País, por sediar o Distrito Federal. Muitos foram os acontecimentos que privilegiaram o Rio de Janeiro, como o surgimento da radiofonia no país. Em São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Bahia, Ceará e outros estados foram surgindo emissoras, e brasileiros de várias localidades acompanhavam programações geradas a muitas distâncias. Os anos 1930 e 1940 representaram a “Era de Ouro” do Rádio brasileiro, sendo o principal meio de comunicação em massa antes da chegada da televisão.
A primeira emissora de Fortaleza, a Ceará Rádio Clube de prefixo PRE-9, foi fundada pelo empresário libanês João Dummar, em maio de 1934. Realizava animados programas de auditório, por onde passou Evaldo Gouveia com o Trio Nagô. Depois nasce a Rádio Iracema, em cujo auditório despontou a estrela Ayla Maria. A Rádio Uirapuru surge no ano de 1956 por iniciativa de José Pessoa de Araújo e Aécio de Borba Vasconcelos. Além de outras rádios instaladas em Fortaleza, como a Assunção, Dragão do Mar, Verdes Mares, no Cariri e na cidade de Sobral se desenrolava uma comunicação com qualidade. O Sertão Central cearense tem a mais antiga emissora situada em Quixeramobim – a Difusora Cristal. Por iniciativa do ex-deputado Alfredo Machado se instala a Rádio Campo Maior AM, primeira unidade do Sistema Maior de Comunicação, seguida pela Canudos FM e a Sertão TV, cujo sinal é captado por muitos estados.
O Estado do Ceará é um celeiro de grandes comunicadores e intérpretes dos dramas e comédias. Uma grande liderança entre os jornalistas nacionais, Paulo Cabral de Araújo, nascido na pequena Guaiúba/Região Metropolitana de Fortaleza, se tornou o braço
direito de Assis Chateaubrian no Grupo Diários Associados e presidiu a Associação Nacional de Jornais. Cid Carvalho, Adísia Sá e Tom Barros são valores da comunicação alencarina. Algumas famílias foram fundamentais no comando de programas de grande
audiência: José Limaverde Sobrinho foi um pioneiro nos microfones de rádios cearenses, e seus filhos Paulo e Narcélio Sobreira Limaverde deram continuidade ao seu ofício. Na trajetória do Rádio Cearense estão eternizados Augusto Borges, Wilson Machado, Neide Maia, José Lisboa, João Ramos, Moésio Loiola, Alan Neto, Peixoto de Alencar, Aderson e Maria José Brás, Cândido Colares, Irapuan Lima e tantos mais.
A influência do Rádio no cotidiano das famílias foi crescendo e os interesses se diversificando: noticiosos, musicais, dramas, comédias, atividades esportivas e variedades. Uma grande atração eram os Programas de Auditório, como o “Fim de Semana na Taba”, com Armando Vasconcelos. Um segmento se destacou entre os “Cabeças Chatas” – o humorismo cuja estrela maior é o maranguapense Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho, cuja data de nascimento foi declarada o “Dia do Humor” – 12 de abril. Sobral é o berço de Renato Aragão, um comediante conhecido em todo Brasil por seus programas na televisão e filmes. Paulo Diógenes, Antônio Fernandes (Escolástica), Meirinha, Rossicler e muitos outros e outras tem como palco as emissoras de TV, Teatro, casas de shows e bares.
No Ceará é assim.