O movimento da oposição no Ceará avança para uma aliança inédita entre União Brasil, PDT e PL, visando o governo do estado em 2026.
A aproximação entre Roberto Cláudio e a direita marca uma mudança de direção no papel do PDT, que por anos esteve alinhado ao PT no comando do estado. A nova configuração política era previsível desde a eleição municipal de Fortaleza, quando o ex-prefeito apoiou André Fernandes (PL) contra Evandro Leitão (PT).
O discurso é de superação de derrotas passadas e construção de um projeto alternativo à hegemonia petista. Mas qual a viabilidade dessa frente?
Será que para Ciro Gomes esse realinhamento político representa um novo revés? Após romper com Cid Gomes e ver o PDT encolher no Ceará, a adesão de Roberto Cláudio a uma aliança com a direita reforça o isolamento do ex-ministro no cenário estadual.
No partido, a decisão também causa desconforto. Parte dos pedetistas que permaneceram na sigla resiste à guinada e critica a perda de identidade, enquanto outros veem na aliança uma oportunidade de sobrevivência política.
O movimento de Roberto Cláudio não para de gerar questionamentos. Sempre identificado com pautas progressistas, sua adesão ao projeto oposicionista atraiu críticas de aliados históricos. Para ele, trata-se de um esforço para transformar frustrações eleitorais em uma nova alternativa para o estado. Já para os adversários, a mudança seria um cálculo pragmático, sem compromisso ideológico real.
Resta saber se essa união resistirá até 2026 e se conseguirá se apresentar como um projeto coeso. Será a formação de um grupo político com uma identidade clara e propostas concretas ou apenas uma reorganização de forças para contestar o domínio do PT no Ceará?
O discurso de combate a uma suposta hegemonia arrogante será suficiente para convencer o eleitorado ou essa frente precisará demonstrar um programa de governo sólido? Acompanhemos os próximos passos.
