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O caso Natany Alves e as falhas estruturais na segurança pública de Quixeramobim

A morte de Natany Alves não pode ser reduzida a uma estatística. O caso exige respostas concretas do Estado para combater a violência contra mulheres e fortalecer a segurança de Quixeramobim

Foto: Arquivo pessoal

O assassinato brutal de Natany Alves Sales, sequestrada na saída de uma igreja em Quixeramobim e encontrada sem vida horas depois, escancara a violência na região, além da dor irreparável de uma família que perdeu uma jovem de apenas 20 anos.

A cidade, a comunidade acadêmica do IFCE Quixadá e todos que conheciam Natany sentem o impacto dessa perda, que poderia ter sido evitada. Quixeramobim ocupa o 2º lugar no ranking regional de crimes contra mulheres, e esse caso traz luz novamente para um debate sobre segurança pública e proteção às vítimas.

O episódio evidencia falhas estruturais na resposta das autoridades.

Um dos problemas é a falta de descentralização dos canais de emergência. Por exemplo, ligações para os números 180 e 190, feitas em Quixeramobim, caem, primeiramente, em Fortaleza, retardando o acionamento da polícia local.

Em situações como o sequestro de Natany, essa demora pode ser fatal. É preciso revisar o funcionamento desses serviços para garantir mais agilidade na resposta às denúncias.

Outra questão recorrente é a limitação do aparato policial na cidade.

A segurança pública de Quixeramobim é pauta constante no noticiário e uma reivindicação frequente dos políticos da região. A ausência de uma Delegacia de Polícia Civil funcionando 24 horas e a necessidade de um pelotão da Polícia Militar reforçam a vulnerabilidade da população. Sem uma estrutura adequada, a repressão ao crime se torna ineficaz.

Além disso, o papel da comunicação deve ser aprimorado.

A difusão de fake news e desinformação dificulta investigações e causa ainda mais sofrimento à família da vítima. É preciso regulamentar o uso das redes sociais nesses contextos e punir a irresponsabilidade dos que deturpam os fatos ou repassam informações erradas.

Paralelamente, a falta de sintonia entre a Assessoria de Comunicação da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) e a imprensa compromete a apuração dos fatos. A polícia e os jornalistas devem atuar de maneira integrada para garantir informações precisas e confiáveis sobre os casos. O que vemos são dados e informações distintas a cada clique de notícia.

É necessária uma ação rápida da Associação Cearense de Emissoras de Rádio e Televisão (ACERT) para mediar essas questões.

A morte de Natany Alves não pode ser reduzida a uma estatística. O caso exige respostas concretas do Estado para combater a violência contra mulheres e fortalecer a segurança de Quixeramobim. Sem medidas efetivas, outras famílias podem enfrentar a mesma dor.

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