Home Sertão Central Quixadá investiu mais, mas não superou Banabuiú no Carnaval: entenda os motivos

Quixadá investiu mais, mas não superou Banabuiú no Carnaval: entenda os motivos

Mesmo com o alto investimento e a grande movimentação econômica na cidade, o evento em Quixadá não conseguiu superar em impacto e notoriedade o Carnaval das Águas de Banabuiú

Foto: Reprodução/Prefeitura de Quixadá

O Carnaval Popular de Quixadá 2025 reuniu multidões na Praça José de Barros durante os quatro dias de festa. Com uma programação recheada de grandes atrações, incluindo nomes como Mara Pavanelly, Kiko Chicabana e É o Tchan, o evento foi considerado um sucesso pela gestão municipal. O prefeito Ricardo Silveira celebrou o resultado e classificou a edição deste ano como possivelmente “o maior Carnaval da História de Quixadá”. No entanto, mesmo com o alto investimento e a grande movimentação econômica na cidade, o evento não conseguiu superar em impacto e notoriedade o Carnaval das Águas de Banabuiú. Mas por quê?

A diferença estratégica entre os eventos

Enquanto Quixadá apostou em shows noturnos na Praça José de Barros como carro-chefe da festa, Banabuiú se destacou por oferecer uma programação diurna diferenciada, centrada no Rio Banabuiú. Durante o dia, os foliões se reuniam para aproveitar as águas refrescantes do rio, tornando o evento mais atrativo para aqueles que buscavam lazer e diversão sob o calor intenso do Sertão Central. O diferencial natural oferecido pelo rio garantiu um fluxo contínuo de foliões desde as primeiras horas do dia até a programação oficial no Corredor Cultural da cidade.

A falta de investimento no Açude Cedro

Um dos pontos que poderiam ter fortalecido o Carnaval de Quixadá seria a utilização do Açude Cedro como espaço de lazer para turistas e foliões durante o dia. O local, que é um dos principais patrimônios históricos e turísticos do Ceará, não recebeu nenhuma estrutura especial para o período carnavalesco, ficando fora da programação oficial. Em contrapartida, Banabuiú soube explorar seu potencial hídrico ao promover atividades, shows e muita folia às margens do rio, criando uma experiência imersiva para os visitantes.

A falta de investimentos e planejamento em relação ao Açude Cedro pode ser explicada pela questão administrativa: o reservatório é de responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS), e a prefeitura local parece não ter buscado um alinhamento necessário para sua utilização turística. Isso contrasta com a gestão de Banabuiú, que consolidou uma estratégia de aproveitamento do rio ao longo dos anos, atraindo foliões de diversas regiões do estado.

A identidade cultural também faz diferença: Banabuiú construiu uma tradição em torno do seu Carnaval das Águas, com eventos icônicos como o Bloco das Virgens e a permanência dos foliões na cidade ao longo de todo o dia. Em Quixadá, que também conta com blocos que saem nas ruas, a folia se concentra à noite, reduzindo o tempo de permanência dos visitantes e a circulação na economia local durante o dia.

Quixadá pode superar Banabuiú no futuro?

Apesar das diferenças de estratégia, Quixadá tem potencial para fortalecer seu Carnaval nos próximos anos. A chave para isso está em ampliar a programação diurna, buscar parcerias para utilização turística do Açude Cedro e reforçar a identidade cultural do evento.

 

 

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