Mais de um terço dos casos de violência contra a mulher tem como agressores os atuais companheiros das vítimas. É isso que mostra a pesquisa “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil”, do Fórum de Segurança Pública e do Instituto Datafolha. O estudo ouviu 1.040 mulheres. A informação foi divulgada pelo UOL.
De acordo com o levantamento, 40% dos agressores de mulheres são atuais companheiros. Eles lideram a lista e são seguidos pelos ex-companheiros, que somam 26,8%. Em comparação com 2017, ano da primeira pesquisa, esse número quase dobrou, já que, naquele ano, atuais e ex somavam, juntos, 36,4% das agressões.
Essa violência vem acompanhada do silêncio das vítimas. De acordo com a pesquisa, 47,4% das mulheres que sofrem violência doméstica não fazem nada e nem procuram ajuda. No entanto, quando procuram, se dirigem a familiares (19,2%) e a amigos (15,2%).
Sobre os tipos de violência, as mulheres pontuaram que sofreram:
- Insultos, humilhações ou xingamentos: 31,4%;
- Agressões físicas (tapas, empurrões e chutes): 16,9%;
- Ameaças: 16,1%;
- Perseguição (stalking): 16,1%;
- Tentativa forçada de relação sexual: 10,7%;
- Divulgação não autorizada de fotos/vídeos íntimos (pornografia de vingança): 3,9%.
O levantamento aponta que os índices de violência de gênero atingiram seu maior patamar desde 2017 e, de acordo com a coordenadora institucional do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Juliana Martins, pode ser um “efeito rebote” à conquista de direitos e espaços pelas mulheres.