O que poderia ser o maior projeto de saúde pública da história de Quixadá, no Sertão Central cearense, ainda não passa de um sonho. Após cinco anos de anúncios, promessas e reviravoltas políticas, o prefeito Ricardo Silveira voltou a divulgar a construção do hospital municipal que levará o nome de seu pai, Everardo Silveira, ex-prefeito e ex-deputado estadual.
O hospital, que inicialmente foi pensado como um projeto de médio porte, surge agora em uma versão mais “pé no chão”, com caráter municipal e sem a grandiosidade inicialmente sonhada. A proposta tenta suprir a ausência de um hospital de referência no município, especialmente após a perda do Hospital Regional do Sertão Central, que acabou instalado em Quixeramobim. A nova unidade também surge como uma alternativa ao Hospital Eudásio Barroso, que por décadas atendeu não só a população quixadaense, mas de toda a região.
Do papel à realidade?
Ricardo Silveira divulgou recentemente em suas redes sociais o início da formação do canteiro de obras onde será erguido o hospital. No entanto, essa não é a primeira vez que o gestor anuncia avanços no projeto. Desde que assumiu a prefeitura em 2021, Silveira tem insistido na construção do hospital como um de seus principais legados.
O anúncio chega em um momento de reconfiguração política do prefeito. Antes alinhado com o ex-presidente Jair Bolsonaro, Ricardo agora aparece ao lado do governador Elmano de Freitas (PT) e do deputado estadual Osmar Baquit, com quem, até pouco tempo, travava disputas ferrenhas pelo poder em Quixadá. A parceria sugere um novo direcionamento na busca por recursos e apoio para concretizar a obra.
Expectativa e incertezas
A população quixadaense há anos espera por um hospital que atenda de forma adequada às demandas do município. O anúncio do início da obra reacende a esperança, mas também levanta dúvidas. Será desta vez que o projeto sairá do papel? Ou será apenas mais um capítulo de uma novela que se arrasta há anos?