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Vacina universal contra influenza avança e pode frear risco de pandemia

O avanço da gripe aviária em diversos países e o crescimento dos surtos entre aves e mamíferos têm acendido o alerta entre autoridades de saúde ao redor do mundo

O avanço da gripe aviária em diversos países e o crescimento dos surtos entre aves e mamíferos têm acendido o alerta entre autoridades de saúde ao redor do mundo. A possibilidade de o vírus se adaptar para transmissão entre humanos e causar uma nova pandemia está no radar da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), que destaca a urgência no desenvolvimento de vacinas mais eficazes contra o vírus.

Para a presidente da SBIm, Mônica Levi, o risco é real e exige uma resposta rápida. “Se o vírus adquirir mais alguma mutação que aumente sua adesão às células humanas, ele poderá ser transmitido de pessoa para pessoa. Segundo as evidências, falta muito pouco para isso acontecer”, alerta. Atualmente, o vírus já infecta mais de 350 espécies, incluindo mamíferos como gatos domésticos, e possui uma alta taxa de letalidade. Desde 2003, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), foram registrados 969 casos de infecção por Influenza A H5N1 em humanos, com 457 mortes, o que representa uma taxa de mortalidade superior a 50%.

Embora a letalidade tenha diminuído nos últimos anos — com dois óbitos entre 72 casos registrados nas Américas em 2024 — o aumento de surtos é preocupante. Entre outubro de 2024 e fevereiro de 2025, foram mais de 900 surtos em aves de criação e 1 mil em aves silvestres, números superiores aos registrados em todo o ciclo anterior, de doze meses.

Vacina universal: esperança no combate à influenza

Uma das grandes apostas da comunidade científica para conter uma possível pandemia é a vacina universal contra influenza, que está em desenvolvimento com tecnologia de RNA mensageiro. Segundo Mônica Levi, os testes em furões e ratos apresentaram resultados animadores. “Foram incluídas 20 cepas diferentes de influenza A e B na formulação, e os testes mostraram resposta imune para todas elas por pelo menos quatro meses”, explica.

Avanço brasileiro: Butantan e Fiocruz trabalham em vacina própria

O Brasil também está se preparando. O Instituto Butantan, em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), está desenvolvendo uma vacina específica contra a gripe aviária, que já foi testada em animais com bons resultados. O próximo passo será a testagem em humanos, que depende apenas da autorização da Anvisa. Voluntários já estão sendo recrutados.

Para Mônica Levi, ter uma vacina nacional é estratégico. “O Brasil precisa desenvolver uma vacina própria, para não depender da produção estrangeira em caso de emergência”, afirma.

Situação no Brasil

Desde o primeiro caso confirmado em maio de 2023, o Brasil já contabilizou 166 focos de gripe aviária, sendo 163 em aves silvestres e três em aves de criação. Diante da situação, o Ministério da Agricultura e Pecuária prorrogou por mais 180 dias o estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional.

Enquanto o vírus continua a circular e se adaptar, o foco das autoridades e da comunidade científica é acelerar as pesquisas, fortalecer os sistemas de vigilância e, principalmente, preparar o país com estratégias de vacinação capazes de prevenir uma nova crise sanitária global.

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