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Fortaleza Esporte Clube apresenta déficit de mais de R$ 80 milhões em 2024 e Conselho aponta riscos à gestão financeira

O relatório do COF demonstrou "profunda preocupação com a saúde financeira" do Tricolor do Pici

Foto: Reprodução

O Fortaleza Esporte Clube registrou um déficit de R$ 80.317.889,41 no exercício de 2024, segundo documento do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF) da agremiação. A análise será apresentada oficialmente nesta quarta-feira, 30, em reunião do Conselho Deliberativo do clube, quando será votada a aprovação do balanço financeiro do ano.

O relatório do COF demonstrou “profunda preocupação com a saúde financeira” do Tricolor do Pici. De acordo com os dados, o clube arrecadou R$ 154.421.075,51 no ano passado, enquanto as despesas somaram R$ 234.738.964,92 — o que resultou em um rombo superior a R$ 80 milhões.

Entre os principais fatores apontados para o déficit, o COF destaca a contabilização equivocada de receitas oriundas da Liga Forte União, da qual o Fortaleza faz parte e que tem como presidente o ex-mandatário do clube, Marcelo Paz. Segundo o parecer, o clube reconheceu em 2023 uma receita referente a um período de 50 anos como se fosse integralmente daquele exercício, o que gerou um superávit fictício naquele ano e impactou negativamente o resultado de 2024.

“À época, embasados apenas num parecer consolidado pelos próprios presidentes das Ligas, optou-se por reconhecer uma receita que seria de 50 anos num único exercício (2023)”, aponta o documento.

Além disso, o parecer identificou diversas inconsistências contábeis no processo de cisão do clube com a SAF (Sociedade Anônima do Futebol), efetivada no terceiro trimestre de 2024. Entre os problemas apontados estão:


  • Erros de conciliações ou ausência delas nas contas patrimoniais e de resultado transferidas à SAF;
  • Encerramento ou zeramento de contas sem os devidos lançamentos contábeis;
  • Movimentações em espécie sem os registros legais adequados, como pagamentos a fornecedores, diárias e ajudas de custo sem comprovantes válidos;
  • Reembolsos efetuados sem documentação comprobatória idônea.

Esses fatores, segundo o COF, colocam em risco a transparência, a conformidade e a gestão responsável dos recursos da entidade.

A reunião do Conselho Deliberativo desta quarta-feira deverá discutir os próximos passos diante das fragilidades apontadas. A depender do desfecho, o clube poderá ter que adotar medidas corretivas para garantir maior controle financeiro e recuperar a confiança dos conselheiros e da torcida.

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