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O impacto da saúde mental na direção

Segundo levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF), 30% dos acidentes no trânsito estão relacionados à saúde mental

Foto: Freepik

De acordo com dados da Agência Brasil, no ano passado, foram registrados mais de 73 mil sinistros de trânsito em rodovias federais. A pesquisa ainda lista as principais infrações: excesso de velocidade, ultrapassagens indevidas e ausência do cinto de segurança. Esses comportamentos imprudentes podem estar associados à falta de educação no trânsito ou questões relacionadas à saúde mental dos condutores. Segundo a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (ABRAMET), parte dos acidentes é influenciada por fenômenos psíquicos, como desatenção, estresse e ansiedade.

A Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), define como distúrbios mentais condições que afetam o pensamento, o comportamento e a percepção de mundo pelo indivíduo. Entre os sofrimentos psíquicos mais comuns na sociedade atual estão a depressão, o estresse, os transtornos de personalidade e a ansiedade. Esses adoecimentos podem impactar significativamente a qualidade de vida e a rotina das pessoas, especialmente em situações de alta pressão, como no trânsito.

O Brasil ocupa a 4ª posição entre os países com população mais “estressada” do mundo, de acordo com o Instituto Ipsos. Essa estatística ressalta a sobrecarga de trabalho e o esgotamento mental dos cidadãos, submetidos à forte poluição sonora, ao congestionamento e à pressão do trânsito, resultando em comportamentos imprudentes. Segundo Allan Ricarte, psicólogo e docente do curso de Psicologia do UNINASSAU – Centro Universitário Maurício de Nassau Juazeiro do Norte, quando o sujeito não está com sua perspectiva mental funcional, isso irá transparecer na relação que ele estabelece com o veículo, outros condutores e pedestres.

“O trânsito é um fenômeno humano. A partir do momento em que não estamos com a saúde mental devidamente trabalhada, transpassamos essa lógica de sofrimento psicológico para as relações no tráfego”, declara.

Para o especialista, outro fator que contribui para a má conduta é quando o veículo se torna um meio de sobrevivência. Por isso, trabalhadores do trânsito são mais suscetíveis ao adoecimento psicológico. Quando condutores passam horas dirigindo (motoristas de ônibus, caminhoneiros e atendentes de aplicativo), eles acabam recorrendo a substâncias estimulantes para manter o foco e a atenção.

“A condução de um veículo demanda atenção. Quem consegue manter a atenção preservada durante 12 horas de trabalho? Além do medo, pois esses profissionais se colocam frente a diversos perigos. Vemos cada vez mais notícias de motoristas de aplicativos sendo roubados ou vítimas de latrocínio, levando passageiros, às vezes, de risco”, afirma Allan.

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