Um paciente do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) de Quixadá, no Sertão Central, relatou uma série de falhas no atendimento da unidade, expondo situações de descaso, falta de acolhimento e constrangimentos vivenciados durante o acompanhamento psicológico no serviço. O caso acende um alerta para a urgência de humanização e qualificação no atendimento em saúde mental no município.
Segundo o relato, o paciente ficou sem assistência de forma abrupta após a saída de uma residente que o acompanhava. Ele afirma que foi informado de que o próximo profissional entraria em contato, o que nunca ocorreu. Ao buscar esclarecimentos diretamente na unidade, foi surpreendido com a informação de que não havia residentes no serviço, algo que ele contesta. “Fui deixado de lado sem explicações”, desabafa.
A situação se agravou durante um novo atendimento. Ao confiar e compartilhar algo pessoal com uma profissional da equipe, o paciente esperava acolhimento, mas afirma ter se sentido julgado. “Acabei chorando, constrangido, na frente de estagiários. Foi uma experiência horrível, frustrante e humilhante”, conta. Ele também relata que já passou por outros episódios de constrangimento dentro do consultório por expressar suas opiniões nas redes sociais.
O relato levanta questões sérias sobre a conduta da equipe, a ausência de continuidade no acompanhamento e a falta de preparo para lidar com pacientes em situações de vulnerabilidade. “É muito grave quando um serviço de saúde mental falha justamente com quem mais precisa de cuidado”, afirma. “Atendimento humanizado não é luxo, é necessidade.”