Home Entretenimento Deise Abreu Pacheco lança livro no CCBNB, em Fortaleza, no mês do...

Deise Abreu Pacheco lança livro no CCBNB, em Fortaleza, no mês do orgulho LGBTQIAPN+

Autora de “Começando Albertina (nossa vida no armário nos anos 90)”, a escritora e pesquisadora atua na fronteira entre artes cênicas, literatura e filosofia

Foto: Divulgação

Um mergulho sensível no romance “Começando Albertina (nossa vida no armário nos anos 90, editora Editacuja, SP)”, de Deise Abreu Pacheco, explorando suas camadas narrativas, memórias pessoais e geracionais a partir de práticas de leitura e escrita criativa. Essa é a proposta da oficina que a autora ministrou nos dias 16 e 17 de junho, no CCBNB, em Fortaleza. Para Deise Pacheco, pesquisadora, doutora, mestre e bacharel em artes cênicas pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, com estágio em filosofia pelo Søren Kierkegaard Research Centre, da Universidade de Copenhague (Dinamarca), o objetivo foi promover um espaço de fruição e criação literária, com foco nas vivências LGBTQIAPN+, abordando temas como memória, afetos, descobertas amorosas, cultura pop, viagens e experiências que marcam a formação de uma identidade em movimento.

Durante os encontros de dois dias, participantes foram convidados a experimentar procedimentos de escrita utilizados no romance, como a poesia blackout, entre outros exercícios de recriação textual e escrita ficcional. Também foram trabalhadas as músicas que compõem as trilhas sonoras presentes na obra, considerando-as como elementos estruturais da narrativa, que amplificam seu potencial estético e afetivo. As trilhas sonoras servirão de estímulo tanto para a leitura quanto para a escrita de textos – poéticos, narrativos, híbridos – compondo uma escuta sensível que dialoga com o universo da personagem e dos participantes. A oficina é aberta a pessoas interessadas em literatura, memória, afetos queer e escrita criativa, oferecendo um ambiente de escuta e partilha, a partir da leitura coletiva do romance.

Sinopse do livro

Albertina Medeiros de Castro é uma mulher paranaense de 48 anos que olha retrospectivamente para sua vida e as descobertas sobre sua identidade neste romance de fôlego raro: Começando Albertina : Nossa vida no armário nos anos 90. O livro traz à narrativa lugares, experiências e personagens ficcionais e não-ficcionais com a envergadura de um testemunho sofisticado e ao mesmo comum: a história de uma geração brasileira, da infância nos anos de chumbo, sob a ditadura militar nos anos 1970, à adolescência sob o aparecimento sombrio da epidemia mundial da AIDS até a pandemia em 2020, sob a égide política da ultradireita. Os ambientes universitários, as festas, a descoberta do mundo (e de si) e a música popular brasileira (MPB), o rock e a música pop, referências afetivas que amarram essa narrativa e nos transformam em testemunhas das aventuras de uma mulher que está se fazendo.

Albertina é concebida, antes de tudo, enquanto movimento, um incessante começar, que se evidencia também nas múltiplas vozes e formas textuais que ela assume. O que revela e o que esconde. O pessoal e o coletivo, que também dialoga com outras escritas, particularmente de autoria de mulheres, como Paloma Vidal, Anne Carson, Beatriz Bastos, Patricia Highsmith, Simone de Beauvoir e Virginia Woolf. Assim, Começando Albertina é um romance escrito no campo das realidades LGBTQIAP+ e, mais amplamente, no contexto de uma geração que enfrentou muitos desafios para “ser” e cavou muitos espaços de reinvenção e reafirmação, especialmente em um país patriarcal e homofóbico como o Brasil. Um livro para todas, todos e todes.

Deixe seu comentário:

Please enter your comment!
Please enter your name here