A Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ) lançou a proposta de instituir o “Junho Prateado” como um mês dedicado à conscientização sobre a prevenção de quedas entre idosos no Brasil. A iniciativa, que já foi encaminhada a deputados federais e senadores, busca oficializar a data no calendário nacional, alinhando-se ao Dia Mundial de Prevenção de Quedas, celebrado em 24 de junho.
Dados recentes do Ministério da Saúde indicam que a prevalência de quedas entre idosos em áreas urbanas é de 25% no Brasil. Além disso, cerca de 40% dos idosos com 80 anos ou mais sofrem quedas anualmente. Esses incidentes frequentemente resultam em fraturas que exigem intervenções cirúrgicas, como a fixação interna ou a substituição por próteses de quadril, sobrecarregando ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS).
“A SBQ tem se dedicado a ações educativas e preventivas, alinhadas às diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), reforçando o compromisso da entidade com a saúde pública e o bem-estar da população idosa. A mobilização em torno do Junho Prateado tem provocado importantes debates sobre a necessidade de políticas públicas focadas na prevenção e na segurança dos idosos. O engajamento da sociedade e dos profissionais de saúde tem sido fundamental e representa um passo a mais para promover a saúde, a segurança e a dignidade dos idosos brasileiros”, ressalta o médico ortopedista e Presidente da Sociedade Brasileira do Quadril, Marcos Giordano.
Prevenção
A prevenção de quedas exige uma abordagem abrangente que combine ajustes no ambiente doméstico e cuidados clínicos. Medidas simples, como instalação de corrimãos, luzes noturnas e a eliminação de tapetes soltos, podem minimizar riscos. Além disso, é fundamental avaliar a marcha, o equilíbrio e as condições clínicas do idoso, identificando fatores de risco específicos .
A prática regular de atividades físicas, além de fisioterapia focada em força e equilíbrio, também é recomendada. Essas atividades ajudam a melhorar a marcha e reduzem a probabilidade de quedas. Já o tratamento das quedas inclui desde intervenções farmacológicas para controle da dor até cirurgias ortopédicas, como as artroplastias de quadril, visando restaurar a mobilidade e a qualidade de vida dos pacientes.
No Brasil, o tempo médio de espera para esses procedimentos varia significativamente entre os estados, com alguns pacientes aguardando até cinco anos para a realização da cirurgia pelo SUS em caráter eletivo. “Nesse cenário, a sobrecarga de lesões traumáticas que demandem esses procedimentos pioram ainda mais o já sombrio cenário. O Junho Prateado pede passagem, pois o tempo urge”, conclui o presidente da SBQ.
